Enquanto o processo de alienação dos ativos da Oi ainda não é concluído, uma das principais concorrentes no jogo, a Highline Brasil, tem mantido a mesma estratégia: de ser um provedor de infraestrutura para todas as operadoras no País. Além da já encaminhada (como stalking horse) compra da unidade de torres (TowerCo) da Oi, com edital da concorrência já homologado pelo Juízo da 7ª Vara Empresarial do Rio de Janeiro, a empresa segue interessada na unidade de fibra da operadora, a InfraCo. Mas não são as únicas na lista de compras.
Em entrevista exclusiva ao TELETIME, o diretor de estratégia e novos negócios da Highline Brasil, Luis Minoru Shibata, diz que a empresa ainda aguarda a etapa de envio de propostas vinculantes pela InfraCo. Enquanto isso, a empresa, que tem por trás o investimento do fundo norte-americano Digital Colony, observa a movimentação do mercado de redes fixas.
Shibata ressalta que há muitos detalhes que ainda não podem ser comentados, mas que a empresa cresceu em 2020 no País com um objetivo de se tornar uma operador neutro de rede. "O que a gente tem feito é continuar no foco estratégico, estamos avaliando vários ativos de infraestrutura, tanto para crescimento como possivelmente aquisições", declara.
O interesse na rede ótica é evidente, contudo. "Estamos ativamente olhando ativos de fibra, pois a Highline ainda é uma empresa de infraestrutura de torres", diz Shibata. Nenhuma compras seria excludente da outra, ele informa.
Possibilidades
O executivo não confirma interesse da Highline em ativos específicos, mas é importante observar o que está no mercado. Nesta quarta-feira, 28, a Vivo confirmou que não encontrou ainda um parceiro que combine com a estratégia da empresa. A TIM também anunciou a separação para a rede neutra e declarou que começaria a receber propostas vinculantes em setembro, mas ainda não divulgou maiores informações até o momento. Além disso, a estratégia da empresa é a de priorizar o atendimento à própria operadora por um período, para depois abrir para outros parceiros.
No próximo dia 9 de novembro, a paranaense Copel também está vendendo a Copel Telecom, braço de banda larga que conta com importante presença de fibra no estado. Obviamente há ainda redes menores, como de provedores regionais.
Ativos da Oi
No caso da InfraCo da Oi, ainda não há anúncio da operadora sobre início do recebimento de ofertas vinculantes. De fato, a Highline ainda estuda se vai apresentar proposta nessa unidade produtiva isolada, embora Luís Minoru Shibata confirme que ainda há interesse claro. "Depende do formato que estão desenhando." Há uma expectativa que a operadora inicie o processo até o final ano, conforme o cronograma divulgado no aditamento ao plano da Recuperação Judicial. Por ser um processo complexo, já que envolve a alienação de parte do capital – até 51% para controle majoritário do novo sócio, idealmente -, o andamento da venda da InfraCo tem um ritmo diferente da alienação da Oi Móvel.
Em relação à oferta feita pela Oi Móvel, o diretor da Highline ressalta que a proposta considerada pela Oi como a primeira vinculante ainda é válida, apesar de ter já sido preterida pela oferta conjunta da Claro, TIM e Vivo. "Mas reconhecemos que o consórcio com o trio das operadoras conseguiu o stalking horse e portanto a Highline não tem intenção de revisar a proposta atual nem de participar do leilão pela UPI móvel", pontua Shibata.
Com a venda das torres esperada para final de novembro, tendo a proposta vinculante, a Highline afirma que não tem interesse nos ativos de data center (que já tem a Piemont Holdings como stalking horse) e nem na TVCo, a operação de TV por assinatura da Oi.