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Fracionamento em 3,5 GHz põe 5G em risco, avaliam consultores

Uma das surpresas da proposta de edital 5G apresentada no último dia 17 pelo conselheiro da Anatel, Vicente Aquino, o formato de licitação da faixa de 3,5 GHz em blocos menores do que os inicialmente planejados poderia colocar em risco a viabilidade de serviços de alta capacidade na rede de quinta geração. A avaliação é de consultores do setor que participaram de debate no primeiro dia da Futurecom, realizado nesta segunda-feira, 28.

“Na proposta da área técnica da Anatel, se propunha três blocos de 80 MHz e um de 60 MHz. [Mas] o que vimos na proposta do conselheiro Aquino foi um fracionamento muito grande, em blocos de 10 MHz. Individualmente, com 10 MHz, ninguém vai conseguir fazer 5G”, argumentou o presidente da consultoria Teleco, Eduardo Tude. “Esse caminho precisa ser repensado, principalmente se tratando do 3,5 GHz, que será central [para a tecnologia]”.

A este noticiário, o analista principal da Ovum na América Latina, Ari Lopes, fez diagnóstico semelhante. “A Anatel inovou onde não precisava inovar e não respondeu o que precisava responder, que era a questão do 3,5 GHz e das parabólicas. Acho que a proposta, do jeito que está, não para em pé. Hoje, todo o esforço da indústria é de agregar espectro para poder viabilizar serviços de alta capacidade”, completou.

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Durante o debate promovido pela 5G Americas na Futurecom, Eduardo Tude citou o exemplo do Peru, onde o esforço do Ministério de Transportes e Comunicações visa garantir 100 MHz em 3,5 GHz para cada uma das principais operadoras, o que também é a recomendação de entidades setoriais como a GSMA. “Isso é o que precisa para que exista 5G de verdade”, reforçou o consultor. No vizinho, o volume de espectro a ser licitado na faixa deve alcançar 500 MHz (3,3-3,8 GHz), enquanto o Brasil terá apenas 300 MHz, visto a presença dos sistemas de televisão via satélite em parte da banda.

Assessor na gerência de espectro, órbita e radiodifusão da Anatel, Alex Pires pontuou que “ainda não há nenhum ponto fechado e, mesmo após colocar o edital em consulta pública, ainda teremos o [período] pós consulta pública, quando vamos debater com sociedade para tomar a decisão final”. Por outro lado, Pires também notou que o Brasil precisa definir prioridades quanto aos desafios de conectividade do País. “Devemos privilegiar velocidade e experiência ou cobertura e atendimento ao usuário?” questionou.

1 COMENTÁRIO

  1. Os analistas da Ovum e da Teleco estão equivocados quando falam de fracionamento em 3,5 GHz. A quebra em blocos abstratos de 10 MHz é apenas um artifício, utilizado em fase intermediária do leilão, para permitir maior liberdade de escolha às operadoras. Ao final do leilão, todas as vencedoras saem com blocos contíguos de, no mínimo, 50 MHz e, no máximo 120 MHz. Nada impede que, em São Paulo capital, por exemplo, três operadoras comprem um bloco de 100 MHz cada uma, totalizando os 300 MHz disponíveis na faixa. Quem determina o tamanho e a posição final dos blocos é o próprio mercado. Esse modelo de leilão é utilizado, com sucesso, em muitos países. Permite ampla flexibilidade na combinação de blocos entre distintas áreas e faixas.

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