Oi avança na implantação do VDSL e garante continuar com FTTH e G.fast

A estratégia da Oi com a banda larga fixa no País está aos poucos se revelando. Enquanto a empresa afirma não ter abandonado a fibra até a residência (FTTH), ao mesmo tempo ainda está testando avanços com a infraestrutura legada de cobre, mas oferecendo velocidades superiores às do ADSL. Tudo suportado por uma atenção à modernização do backbone, fruto de investimentos nos últimos anos.

Anunciada em março deste ano, a implantação da tecnologia G.fast, que leva velocidade de ultra banda larga usando cobre até 200 m da fibra, ainda está em piloto na Oi. O projeto conta com algumas dezenas de usuários no Rio de Janeiro, oferecendo velocidade de até 300 Mbps (não assimétrico, o uplink é cerca de 25% disso). Conforme comentou o diretor de tecnologia de rede e sistemas da empresa, Pedro Falcão, esse teste será concluído até o final do ano, mas o foco poderá ser maior no acesso corporativo.

Segundo ele, atualmente a tecnologia "é mais cara do que FTTH", fazendo mais sentido em locais de difícil acesso, como edifícios corporativos com dutos sem espaço para passar fibra, ou em prédios antigos. Outro problema, comenta Falcão, é que a voz precisa ser oferecida por IP. "G.fast não é tecnologia massiva, é aplicação pontual", declara.

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Por outro lado, a implantação de FTTH em si continua. O executivo garante que a empresa ainda procura expandir a rede, contando, por exemplo, com "três dígitos de homes-passed em Duque de Caxias (RJ), que não é um mercado filé mignon". "Continuamos a vender fibra", reitera. Mas destaca que é um mercado mais restrito, assim como na implantação de outras operadoras. Tanto que não acredita em uma massificação do IPTV no País. "O IPTV não é para o Brasil, na minha opinião, porque não temos a rede ótica e de transporte."

Melhor do que o esperado

Mais acessível, a tecnologia VDSL começou a ser implantada pela Oi desde setembro do ano passado. Com ela, a empresa pode oferecer velocidades de até 35 Mbps – o projeto original era de lançar em mais de 500 cidades. "O VDSL está melhor do que eu esperava", declara Falcão. Segundo o diretor, a tecnologia é mais sensível a ruídos produzidos por fatores externos, o que tornaria o projeto mais difícil – ele dá exemplos de problemas nas operadoras europeias Deutsche Telekom, France Telecom e British Telecom. Mas no Brasil, o projeto mostrou melhor desempenho. "Já atingimos níveis de aproveitamento (instalação) idênticos ao do ADSL, e isso significa que, operacionalmente, já estudamos a otimização do uso da tecnologia", declara.

O potencial é grande: a estimativa é de que 22% das 45 milhões de residências cobertas com cobre poderiam ter VDSL. Além disso, cerca de 60% poderiam receber acessos com velocidades acima de 10 Mbps.

A implantação do VDSL no acesso fixo faz parte do projeto de "encurtamento", ou seja, de levar a fibra até mais próximo da residência ou da empresa (FTTc). Pedro Falcão diz que cerca de 20% da implantação do VDSL será com encurtamento em 2017.

Backbone

Seguindo esses passos, a operadora estima que a velocidade contratada da banda larga fixa tem aumentado 20% ao ano. Falcão destaca que isso é fruto não apenas da última milha, contudo, mas mais de investimentos na rede de transporte. A companhia investiu recentemente na modernização do backbone de 330 mil km no País, aumentando a capacidade para 100 Gbps.

Além disso, os roteadores utilizados também são mais modernos. Desde fevereiro deste ano, toda a parte litorânea do backbone já não passa mais pelos roteadores antigos. O projeto é de implantar no mínimo 500 desses novos equipamentos em três anos, sendo que até o final deste ano já teriam mais de 120 roteadores. Tanto a rede OTN de 100 Gbps quanto esses equipamentos têm como fornecedor a Alcatel-Lucent (atualmente Nokia).

Falcão destaca ainda a implantação da arquitetura de rede single edge, que diz ser pioneira na América Latina e que permite aumentar a eficiência no core a partir de uma mesma plataforma, evitando assim congestionamento e lentidão na rede. Ele cita ainda investimentos em cache de conteúdo para reduzir o tráfego internacional.

Naturalmente, a estratégia da infraestrutura fixa se reflete no serviço móvel. A Oi terá 30% dos sites equipados com os novos equipamentos, sendo que 75% das antenas já são Single RAN – ou seja, capaz de lidar com todas as tecnologias (2G, 3G, 4G) simultaneamente. Também destaca que o core da rede de dados é novo e utiliza tecnologia UDR, que unifica a base de dados para os clientes móveis. O diretor de tecnologia de rede e sistemas da companhia ressalta que, apesar da dificuldade de executar a migração para esse banco de dados, ela e foi finalizada sem downtime no serviço.

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