SMS em até 1 minuto: integradoras divergem sobre necessidade de intervenção

A notícia de que a Anatel pretende exigir que 95% das mensagens de texto enviadas no Brasil cheguem ao destinatário em um prazo de até um minuto dividiu as integradoras e agregadoras de conteúdo que lidam diariamente com serviços via SMS. Para Federico Pisani, presidente da Hanzo, por exemplo, o governo não deveria se meter no assunto. "Isso é um acordo entre empresas privadas. E nem todo serviço de SMS é sensível ao tempo", argumenta o executivo, referindo-se aos serviços conhecidos como A2P, em que uma aplicação envia a mensagem para o usuário final. Mas mesmo no caso de mensagens trocadas entre pessoas físicas, ou P2P, Pisani também discorda da necessidade de intervenção do governo por entender que na maioria das vezes não há atrasos significativos e que a comunicação por SMS é assíncrona. A regulamentação da Anatel, destaque-se, não foi feita levando em conta aplicações comerciais de uso de SMS, mas sim o uso do SMS como ferramenta de comunicação entre os usuários, ainda que as regras se apliquem a todos os casos.

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Por outro lado, a CEO da BeWireless, Crisleine Pereira, que também desenvolve produtos baseados no envio de SMS,  entende que a regulamentação vem em boa hora. "O aumento do volume de mensagens nos últimos meses provocou uma defasagem no serviço", comenta a executiva.

Hoje as operadoras móveis não assinam nenhum contrato de nível de serviço (ou SLA, na sigla em inglês) com integradoras ou agregadores que garanta um prazo de entrega de mensagens de texto. As integradoras e agregadoras, por sua vez, firmam contratos de SLA com seus clientes corporativos, mas só podem garantir a eficiência dentro de suas próprias plataformas, até a entrega às operadoras. Nem todos os serviços demandam imediatismo no envio das mensagens, mas para alguns o prazo é relevante, como em transações bancárias e alertas de gol.

Faltam dados para medir qual é hoje a média de tempo de entrega de uma mensagem de texto no Brasil. De maneira geral, Pisani entende que a meta de entrega de 95% das mensagens em até um minuto é cumprida no dia a dia, a não ser quando ocorrem instabilidades nas redes das operadoras, o que não seria frequente.

Para melhorar a velocidade do serviço, as operadoras precisariam investir em mais capacidade em suas plataformas de SMS. Há também uma expectativa de investimentos em funcionalidades extras, como a verificação do status da mensagem: se foi efetivamente entregue e se foi lida pelo destinatário. Nem todas as teles brasileiras oferecem essas informações aos integradores atualmente.

 As dúvidas serão dirimidas quando da publicação do regulamento, na próxima segunda-feira, 31. Leia abaixo a matéria publicada sobre o tema por MOBILE TIME na última quinta-feira, 27.

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