Parks produzirá CPEs de WiMAX para 3,5 GHz no Brasil

A Parks anunciou uma parceria com a Asus para a produção no Brasil de CPEs (customer premise equipment) de WiMAX para a faixa de 3,5 GHz, com integração de voz e dados. O contrato de transferência de tecnologia será assinado durante a Futurecom 2008, evento do setor de telecomunicações e TI, que acontece até quinta-feira,30, em São Paulo. A previsão da empresa é que a produção tenha início no ano que vem.
A estimativa da Parks é que o mercado chegue a 200 mil CPEs durante 2009. "Nós queremos conquistar cerca de 40% desse mercado", afirmou Mauro de Araújo, diretor comercial da Parks, ressaltando que no começo, os equipamentos serão destinados ao segmento de pequenas e médias empresas. Para a produção, a empresa adequou a sua fábrica, na qual foram investidos US$ 1,5 milhão.
O executivo disse que a planta industrial tem capacidade para produzir 30 mil CPEs ao mês. Ele estima que, com a fabricação local, o preço dos aparelhos devem cair entre 20% a 30% em relação ao produto importado, chegando na faixa de R$ 300 a R$ 350.

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"Esse será um artifício importante para conquistarmos boa parcela do mercado", avaliou Araújo, ressaltando que por esse motivo já encontra demanda das empresas. Segundo ele, a Parks está em tratativas com a Embratel para iniciar um teste e espera apenas a homologação dos equipamentos pela operadora. "Nossa intenção é fechar isso até o fim do ano para, a partir de 2009, já fornecermos os equipamentos para a Embratel."
A Parks também já iniciou conversações com a Brasil Telecom e a Neovia, além de ter uma proposta no grupo Sinos.

Produção local
Inicialmente, a produção de CPEs será voltada para atender à faixa de 3,5 GHz. Segundo Araújo,
existe um acordo com a Asus que prevê o início da fabricação dos equipamentos para as faixas de 2,5 GHz, assim que a Anatel liberar a operação nessa faixa.
"Esperamos que isso aconteça em breve, pois ampliaria em muito o potencial do mercado", frisou Araújo.
Entre as oportunidades para a empresa, estão os investimentos da Telefônica, que já começou um piloto de WiMAX em 2,5 GHz em dois bairros de São Paulo, e também anunciou a intenção de atuar comercialmente com a tecnologia nos locais em que detém faixas, como Rio de Janeiro e Porto Alegre.
A Intel foi responsável pela aproximação entre a Asus e a Parks. Na verdade, tratou-se de mais uma ação da fabricante de chips na busca por gerar mercado de banda larga sem fio no país para a tecnologia WiMAX. A gigante dos semicondutores também quer ampliar as vendas de computadores equipados com seus chips a partir da massificação da internet. Outro interesse da Intel na tecnologia é em relação ao seu recém-lançado chip de baixo custo Atom, que equipará netbooks e MIDs (mobile internet devices), equipamentos cuja demanda tende a ser grande a partir do WiMAX. No mundo, a fabricante prevê que esse mercado tenha potencial de US$ 20 bilhões.
"Nossa intenção e aumentar a penetração da banda larga. O WiMAX tem uma relação de custo/benefício muito vantajosa para a transmissão de dados e gerará um mercado interessante para a Intel", analisou Oscar Clarke, presidente da Intel no Brasil.
Mas a Parks não tem interesse apenas na produção local de CPEs, a sua estratégia é mais ambiciosa e prevê também a fabricação de estações radiobase (ERBs) no Brasil. Para isso, a empresa está em negociações com a Sloka, para infra-estrutura de WiMAX fixo, e com a israelense Wine Networks, para redes móveis.
E, se houver demanda, a Asus poderá trazer notebooks com modem de acesso a WiMAX para o Brasil. "Dependerá da procura, se for grande, traremos. Porém, não estamos nos movimentando nesse sentido por enquanto", enfatizou Marcel Campos, gerente de marketing da Asus Brasil.

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