Operadoras vêem oportunidade na crise financeira

Aumento nos investimentos para 2009 e oportunidade para quem souber tirar vantagem do momento econômico foram as principais referências das operadoras em relação à crise financeira global, durante a Futurecom 2008. Isto até arrancou um suspiro de alívio do diretor da Ericsson, Carlos Duprat. A verdade é que a maioria das empresas procura mostrar otimismo diante do cenário econômico e todas pretendem estar do lado dos sobreviventes quando a poeira baixar.
A Telefônica espera atravessar com certa tranqüilidade a crise financeira. O presidente da tele, Antônio Carlos Valente, disse que a empresa não tem dívida financeira em dólar, embora talvez existam alguns contratos atrelados a esta moeda. Mas garantiu que a empresa tem recursos para fazer frente aos investimentos. No ano passado captou mais de R$ 2 bilhões do BNDES para reforçar sua estratégia. ?A empresa está enxuta, ágil e com foco. Os investimentos de 2008 serão maiores do que em 2007 e 2009 acompanhará a tendência?, garantiu Valente. Acrescentou que os indicadores que poderiam medir uma aproximação da crise estão bem até agora, como o volume de tráfego e desconexão de usuários. ?Acredito que estaremos no grupo dos menos afetados.?

Crédito para 2009

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A linha de crédito do BNDES vem sendo tomada pela Telefônica ao longo de 2008. Desde a divulgação do último balanço, entraram mais R$ 960 milhões e faltam apenas R$ 200 milhões que deverão ser liberados em meados de 2009 mediante a apresentação de projeto, explicou o CFO da operadora, Gilmar Camurra. A amortização deverá ocorrer em sete anos, com dois de carência. Com esta cobertura, o CFO disse que a empresa não precisará tomar mais dinheiro ao longo do próximo ano. Além disto, a dívida líquida é negativa. ?Não temos derivativos. Ao contrário, estamos ganhando dinheiro com isto?, afirmou.
A tesouraria da Telefónica mundial está toda interconectada. A unidade de São Paulo tem visibilidade dos vencimentos sempre dos próximos 12 meses, atualizada a cada momento. A exigência é de que tenha liquidez e que a tesouraria tenha condições de suportar o negócio. Segundo Camurra, a situação relativamente confortável em que a empresa se encontra agora se deve à posição conservadora do grupo durante os períodos de estabilidade do dólar. ?Mantivemos as posições cobertas e não caímos em tentação espetacular.? Se, de qualquer modo ,faltar crédito ao consumidor e a receita diminuir, a queda poderá ser substituída por receita de novos serviços em lançamento ou implantação, espera a empresa.

Recursos para Vivo

Como gestora das captações para a Vivo, a Telefônica, que controla metade da empresa, ao lado da Portugal Telecom, tomou R$ 550 milhões em notas promissórias para a operadora móvel, o que lhe garante recursos para pagar a rede 3G e a aquisição da Telemig Celular. Mas Camurra não sabe se haverá necessidade de mais captação em curto prazo, e se precisar, o fará. Junto ao BNDES também foram captados R$ 1,5 bilhão para a Vivo.

Embratel vê oportunidade

Para o diretor executivo da Embratel, Maurício Vergani, a operadora tem que sair da venda de tecnologia (bits e bytes) para ajudar o cliente, criando o conceito de ?customer over IP?. Segundo ele, existe uma oportunidade de negócios, porque hardware, software e aplicativos nunca estiveram tão maduros como agora para a convergência. Para as empresas que quiserem aproveitar, este é o momento, disse o executivo. A Embratel não só acredita numa saída como também promete aumentar os investimentos para 2009.

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