Segundo Abrint, 11 milhões de acessos banda larga de ISPs não são contabilizados

O presidente da Abrint (associação que representa os pequenos provedores de Internet), Basílio Perez, apresentou durante seminário Conecta Brasil, realizado nesta sexta-feira, 28, na sede da Anatel, dados que mostram a presença dos ISPs com números muito maiores de acesso do que as informações oficiais. Segundo levantamento coletado junto ao CGI.br, Perez destacou que mais de 11 milhões de acessos não estão sendo contabilizados. Na visão do executivo, esta lacuna, que segundo levantamentos da entidade é preenchida por pequenos provedores, leva a crer que o grupo composto pelos menores se configura como o maior player no mercado.

"Comparamos os dados oficiais com as pesquisas TIC Domicílios, TIC Empresas, e TIC Governo, do Cetic.br, do CGI.br. E segundo elas, são 42 milhões de acessos em banda larga fixa no Brasil, em 60 % dos domicílios. Para a Anatel, no entanto, são 43% dos domicílios e 30,545 milhões de acessos à Internet no país. Isso sugere que há cerca de 11,8 milhões de conexões que não estão no sistema da Anatel", reiterou. Perez ainda destacou que "como é difícil imaginar que as grandes empresas não estejam informando adequadamente seus dados, podemos supor que os provedores regionais têm na verdade 17,5 milhões de acessos", afirma. Nos dados oficiais da Anatel, baseados no Sistema de Coleta de Informações (SICI), cerca de 5,6 milhões de acessos seriam dos provedores com menos de 50 mil clientes.

O presidente da Abrint também revelou que os dados informados por Google e Netflix reforçam um cenário diferente. "O Google nos informou que 48% do tráfego de dados no Brasil é proveniente de provedores regionais. Ele sabem disso, pois têm conhecimento de quais são os IPs que pertencem aos grandes provedores. A Netflix também calcula que, pelo menos 50% dos clientes estão "pendurados" em provedores regionais. Isso nos leva a concluir que o conjunto de pequenos provedores representa o principal vetor de banda larga no Brasil," reitera. Em junho, Basílio Perez já estimava que havia pelo menos 4 mil provedores a mais do que o informado à Anatel, e que, mesmo com números oficiais, em setembro os ISPs já seriam o terceiro maior grupo de banda larga fixa no País.

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PPPs

O presidente da Abrint também aproveitou o evento, cuja abertura contou com a participação dos conselheiros Leonardo Euler, Emmanoel Campelo e Aníbal Diniz, além do presidente Juarez Quadros, para reivindicar que a definição de Prestadores de Pequeno Porte (PPPs – empresas que têm até 5% do mercado regional) seja enquadrada em outros regulamentos que tratam do segmento. A justificativa é  evitar problemas com quem tiver dentro da nova regra, mas fora do limite dos 50 mil acessos, estabelecido anteriormente.

O conselheiro Emmanoel Campelo afirmou que o Conselho Diretor está atento a esta situação e adiantou que, "como advogado", entende que "o novo conceito revoga tacitamente os demais". No entanto afirmou que entende a complexidade da burocracia brasileira e reforçou que, para dar mais segurança jurídica às pequenas empresas, é necessário que o Conselho Diretor da agência tome uma decisão formal a respeito desta revogação.

Alex Jucius, presidente da associação NeoTV, outra entidade que representa os pequenos provedores, destacou que as 15 cidades que têm conexão mais rápidas estão no interior. "Dos 16 municípios com velocidade mais rápidas, seis têm presença das grandes operadoras.  Nas demais, a competição ocorre entre os pequenos provedores. Isso mostra disposição das pequenas empresas em investir em lugares de menor viabilidade econômica, que não são tão atrativos para os grandes players", comentou.  O executivo também reforçou o coro que solicita à Anatel replicar o conceito de Pequenos Provedores nos regulamentos que tratam do tema.

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