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Proposta da Claro, TIM e Vivo traria maior impacto nas receitas para a Oi

Foto: Pixabay

A briga pelos ativos da Oi no mercado esquentou de vez nesta semana com a nova proposta da Claro, TIM e Vivo, mas é preciso levar em consideração outros aspectos. A própria Oi ressaltou que não é necessariamente o valor da proposta que vai decidir qual será a escolhida, mas é importante ressaltar que pesa o impacto das possíveis geração de receitas para a companhia. Isso tanto por meio do contrato de uso de capacidade quanto no acesso ao espectro da Oi Móvel, algo que poderia gerar preocupações concorrenciais ainda pouco abordadas.

Para uma fonte do mercado consultada por TELETIME, a oferta da Claro, TIM e Vivo seria a com maior potencial de geração de receita pelo compromisso adicional de contrato de longo prazo para uso da infraestrutura pela Oi Móvel. Isso porque geraria receita tanto para a InfraCo quanto para a ClientCo, que também tem “determinados ativos de fibra ótica, backbone e backhaul de fibra e cobre relacionados à rede de transporte do Grupo Oi”, conforme consta na proposta de aditamento ao plano de recuperação judicial apresentado em junho.

No plano da Highline, há uma intenção de adquirir todos os ativos da Oi, tornando-a uma operadora de rede neutra para as demais. Nessa configuração, não haveria geração de receita (e nem despesas) com o uso da infraestrutura de rede pela Oi Móvel. Estaria tudo dentro da Highline, que seria dona dos fluxos de receita, ou pelo menos de boa parte dela, já que a atual composição da Oi ainda teria até 49% da InfraCo. 

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A InfraCo tem direito de uso dos ativos de fibra da ClientCo na forma de acordos de longo prazo IRUs (Indefeasible Rights of Use). Assim, essa nova proposta da Claro, TIM e Vivo, além do valor de R$ 16,5 bilhões, traz a possibilidade de um novo IRU para uso da infraestrutura da InfraCo, ou da InfraCo junto com a ClientCo. Conforme explica a fonte, a ClientCo possui backbone, backhaul e anel metropolitano que a InfraCo tem direitos de uso. “São derivadas que o mercado não enxerga e são muito importantes na formação do preço da Oi como um todo“, destaca. 

Mas a proposta da Highline tem uma possibilidade interessante para o futuro da Oi S/A (ClientCo): a possibilidade de, a depender dos termos negociados, a ClientCo manter os clientes móveis, algo que faria sentido em uma estratégia de ofertas de serviços combinados, que hoje configuram boa parte do portfólio da Oi.

Acesso rápido

A compra da Oi Móvel não necessariamente seria um processo ágil, mas haveria uma possibilidade para as grandes teles: o uso de compartilhamento de espectro. Especialmente para Vivo e TIM (que já têm acordo de RAN Sharing), esse seria um ponto fundamental, uma vez que a aquisição da Nextel pela Claro a deixou com a liderança isolada na capacidade pelo acúmulo de frequências

“A UPI (unidade produtiva isolada) da Móvel vai a leilão até o final do ano, e aí começa a aprovação de venda pelos reguladores e o carv-out [desinvestimento parcial] da Oi Móvel dentro da Oi. É um processo que pode demorar um ano, se não mais”, declara a fonte consultada por TELETIME. O RAN Sharing seria uma forma de se antecipar, com prática que já tem precedentes de aprovações regulatórias e de concorrência. “Com um acordo de compartilhamento entre Oi e essas três [Claro, TIM e Vivo], o espectro continua sendo da Oi, além da infraestrutura que ‘fala’ com as ERBs”, declara.

Por isso, afirma, as variáveis estão sendo analisadas pela Oi no momento. “Para o conglomerado da Oi como um todo, quanto mais as receitas já forem travadas na largada, melhor para a geração de valor, inclusive para a venda da Oi Infra e da ClientCo“, analisa.

Preocupações

Importante lembrar que os acordos anteriores de compartilhamento foram aprovados por Anatel e pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) em outro contexto, e com quatro players. Um questionamento importante é não apenas se esse “acesso rápido” ao espectro via RAN Sharing seria possível, mas até mesmo as consequências que uma oferta conjunta das três maiores operadoras do mercado traria para o mercado. No comunicado ao mercado, Claro, Vivo e TIM afirmaram que a proposta revisada favorece a competitividade. Não necessariamente este será o entendimento dos reguladores. 

Por trás da briga, há também forte elemento especulativo também que tem provocado grandes reações de investidores na bolsa de valores. Ao fechamento desta matéria, as ações ordinárias da Oi acumulavam alta de 13%, ultrapassando o patamar de R$ 2 – valor que a operadora não atingia desde 2018.

A divulgação do valor de R$ 16,5 bilhões não necessariamente acalmaria os ânimos dos credores, que estariam questionando o aditivo ao plano da RJ. “Acho que deixa os bancos ainda mais preocupados, porque se está aumentando o tamanho do cheque, é mais dinheiro para dividir”, afirma. Por outro lado, este noticiário apurou que a divulgação do valor também poderia gerar pressão – mas por parte dos credores nas negociações. 

Existe ainda a necessidade de a Oi avaliar as condições da oferta exclusiva da Highline e a das teles, além do próprio processo formal de leilão. O acordo com a Highline prevê exclusividade até o dia 3 de agosto.

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