Pesquisa mostra aumento na demanda por conectividade em voos no Brasil

Foto: Divulgação Thales Alenia

A demanda por conectividade em voos no mercado brasileiro cresceu e hoje o serviço já é quase um pré-requisito para muitos passageiros, segundo pesquisa da GfK em associação com a operadora de satélites Inmarsat divulgada nesta sexta-feira, 28. O levantamento mostra que 53% dos passageiros brasileiros avaliam que o Wi-Fi a bordo é uma necessidade, e não luxo. Percentual parecido, de 52%, valoriza mais a opção de ter banda larga do que o serviço de entretenimento de bordo na hora de escolher a companhia aérea. E a falta do serviço de conexão seria motivo para 44% deixar de usar a empresa na hora de escolher as viagens. "Os resultados consolidam a tendência que a gente já tinha identificado no mercado: o Brasil não é exceção", declara o diretor regional de aviação para América Latina da Inmarsat, Raimundo Villar.

Segundo a pesquisa, 62% dos brasileiros pagariam por conectividade a bordo em voos de curta distância, subindo para 80% quando é de longa distância. Para efeitos de comparação, em 2016 o percentual era de 64% dos passageiros brasileiros dispostos a pagar em voos de qualquer duração. Além disso, 41% dos usuários que viajam com crianças têm usado mais de um dispositivo quando se conectam com Wi-Fi nos aviões. Por fim, 54% dos entrevistados disseram que a oportunidade de acesso tira a ansiedade de voar por permitir contato com pessoas no solo.

Foram 9 mil passageiros entrevistados em 18 países em fevereiro de 2017. Todos já haviam feito um voo durante o ano passado por motivos de negócios ou lazer.

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Soluções

A demanda existe, mas é necessário também oferecer o serviço. Villar conta que já há iniciativas com a Gol, Avianca e Azul, além de alguns voos de empresas estrangeiras como American Airlines e Delta. "Já estão começando a fazer a implantação, a Avianca e a Inmarsat estão começando a fazer o deployment para a América Latina", garante.

Villar explica que o processo de seleção de tecnologia para conectividade a bordo não é fácil, demandando considerações de engenharia e de regulação para cada país. Além disso, é necessário esperar que as aeronaves precisem entrar em manutenção para, aí sim, poder instalar o equipamento para o serviço (antena satelital, roteadores e demais hardwares). "O que posso dizer é que a maioria das linhas aéreas da região já estão avaliando, e os Estados Unidos são provavelmente o único país onde a tecnologia já está mais madura, porque começou com rede de celular, mas agora já está muito saturada", diz. Na medida em que Europa e EUA começam a instalar soluções via satélite, especialmente com banda Ka, o Brasil segue o mesmo ritmo. "Não é tarde para o mercado, é o momento adequado."

A tecnologia que as companhias aéreas estão utilizando no Brasil utiliza banda Ka, que Villar explica ser de maior capacidade do que a banda Ku, já sobrecarregada. A Inmarsat possui satélites com cobertura global, sendo um localizado no Equador e cobrindo todo o continente americano, incluindo o Brasil. O artefato possui 89 spotbeams, sendo nove cobrindo o território brasileiro. "Cada um desses elementos vai poder atender a uma quantidade muito alta de aeronaves simultaneamente", ressalta o diretor da companhia.

Além desses, há mais seis beams direcionais que podem dar maior flexibilidade – tanto como backup quanto como expansão de capacidade. "E cada um desses spot beams direcionais vai ligar três vezes mais capacidade", destaca. Ele explica que isso é importante, por exemplo, para regiões com maior densidade de voos, como uma ponte aérea. "Sou proprietário do satélite, então vou saber exatamente o que está acontecendo com capacidade numa área específica e no momento específico no Brasil para que eu possa decidir no centro de controle de satélites em Londres para dirigir capacidade em determinado momento", detalha.

Evento

O assunto será discutido no Congresso Latinoamericano de Satélites, a ser realizado nos dias 31 de agosto e 1 de setembro, no Rio de Janeiro. O evento, organizado pela TELETIME em conjunto com a Glasberg Comunicações, é o principal encontro do mercado de satélites. Este ano, para falar em comunicação embarcada, participarão o presidente do Grupo Caoa, Mauro Correia, André Stein, diretor de estratégia de produto e análise da indústria da Embraer. O evento discute ainda o mercado de IoT, com presença de executivos da Inmarsat, o mercado de banda Ka, aplicações de defesa, o futuro do mercado de DTH entre outros temas. Mais informações pelo site www.satelitesbrasil.com .

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