A queda na receita da telefonia fixa hoje é compensada em parte pela banda larga, mas esse segmento tem um limite de crescimento. O grande desafio das operadoras será antecipar-se a esse decréscimo com ofertas convergentes chegando ao usuário por novos canais para atrair clientes de maior valor. Essa é uma das conclusões da na pesquisa realizada pela EuroPraxis Consulting, ?Crescimento orientado ao valor através de inovação em serviços de rede fixa?, encomendada por uma operadora européia. ?A pesquisa aponta caminhos que também podem ser transpostas para o mercado brasileiro que já vive o começo da queda das receitas e a necessidade de reter clientes de maior valor?, explica o sócio da EuroPraxis Consulting, Frederico Barbosa.
Em um exemplo para clientes residenciais de médio e alto poder de consumo, a pesquisa identificou-se que a redução da base ocorria no momento da mudança de domicílio. ?A não-adoção dos serviços no novo domicílio era decorrente da percepção da baixa atratividade de ofertas integradas ou da falta delas?, explica outro consultor da EuroPraxis, Miguel Maal.
Parceria com incorporadoras
De acordo com Barbosa, o setor de telecomunicações no Brasil se aproxima da saturação de clientes de alta rentabilidade e o crescimento depende da sofisticação da oferta. Segundo o executivo, o caminho para as operadoras seria reempacotar produtos de alto valor agregado e estabeler parcerias para ampliar seu canal de distribuição. Ele aponta como um canal importante as incorporadoras de imóveis. "Os novos condomínios ou apartamentos de alto luxo poderiam oferecer serviços de segurança, com tele monitoramento (pai que deseja ver seu filho em casa), sistema de segurança contra-incêndio (vazamento de gás), telecomando (ligar a banheira), soluções de VoIP, Wi-Fi e linhas com aparelhos que possuem pacotes facilitados para chamadas de longa distância, entre outras", diz Barbosa. As parcerias poderiam incluir também financiadores e fornecedores de TV de plasma, já prevendo a implantação de IPTV, conclui o executivo.