Base móvel brasileira fica estável em maio; 4G e pós mantêm crescimento

Foto: Pixabay

Pela primeira vez desde março de 2018, a base brasileira de telefonia móvel voltou a apresentar saldo positivo mensal, mantendo-se praticamente estável em maio em relação a março. Segundo dados da Anatel divulgados nesta sexta-feira, 28, o total do mercado foi de 228,640 milhões de acessos. Embora o crescimento tenha sido de apenas 7,9 mil adições líquidas em relação ao mês anterior, nota-se que a base tem mostrado uma tendência de estabilização em 2019, com uma desaceleração nas desconexões (mas ainda em queda). 

Na verdade, enquanto o 3G mantém o ritmo de desconexões, as adições de 4G têm obtido novo fôlego. Além disso, a tendência de migração do pré-pago para o pós (a Anatel inclui os planos controle nesta categoria) também explica a dinâmica. De toda forma, os próximos meses deverão trazer uma nova tendência de queda, a julgar pelo histórico: sempre a partir do segundo semestre, a base total mostra uma queda mais acentuada, sobretudo em dezembro, quando as operadoras costumam executar a limpeza de suas bases. Confira no gráfico abaixo a curva dos últimos dois anos.

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Em maio, o fim da operadora móvel virtual (MVNO) Porto Seguro praticamente se consolidou: com 384,7 mil desconexões, só sobraram 316 acessos no mês. Os dados da Anatel indicam que houve uma distribuição equitativa entre as três maiores operadoras. Claro, TIM e Vivo tiveram pouco mais de 100 mil adições líquidas cada no mês, totalizando respectivamente 56,476 milhões; 55,308 milhões; e 73,691 milhões de acessos. O grupo de operadoras menores (Outras) somou 21,4 mil adições e totalizou 354,8 mil linhas. Já a Nextel, ainda independente da Claro, adicionou 35,9 mil conexões, encerrando o mês com 3,478 milhões.

Mix

O mix de pré e pós-pago no Brasil continuou a mostrar avanço. Enquanto o pré-pago desconectou 785,4 mil linhas (total de 124,995 milhões de acessos), a base pós já é de 103,644 milhões de acessos, ou 45,33% do total, após acrescentar 793,3 mil contratos no mês. Com um crescimento médio mensal de 0,3 ponto percentual, a previsão é de que essa modalidade de plano móvel só deverá responder por metade do total do mercado brasileiro em outubro de 2020. Vale notar que em dezembro há sempre um avanço maior tanto nas adições (o que pode ter efeito para aumentar a pós) quanto nas desconexões (na maioria, de pré-pagos), o que poderá adiantar essa projeção.

A Vivo continua sendo a única operadora brasileira com mais pós-pago na base (56,3% do total dela). A mais próxima de também conseguir essa melhora no mix é a Claro, que foi a que mais cresceu em adições líquidas no pós em maio, com 347,2 mil novos contratos e chegando a 44,3% do total. Se combinada com a base da Nextel, contudo, essa proporção pularia para 47,5% em maio. A aquisição da empresa foi aprovada pelos acionistas da controladora norte-americana NII, mas o grupo América Móvil espera ainda aprovações regulatórias e de concorrência. 

Tecnologia

Novamente, a tecnologia 4G foi a única destinada ao consumidor final que apresentou crescimento no mês. Foram 2,348 milhões de conexões a mais (avanço de 1,70%), totalizando 140,157 milhões de linhas com a tecnologia. Vivo (com 895,8 mil adições, crescimento de 1,20%) e Oi (642,9 mil adições, avanço de 2,84%) foram as que mais aumentaram a base LTE, encerrando maio com 43,996 milhões e 23,250 milhões de acessos, respectivamente. A Claro (com 33,010 milhões de linhas) e a TIM (com 36,237 milhões) tiveram crescimento de 1,09% e de 1,20%, também respectivamente.

Por outro lado, o 3G desconectou 1,958 milhão de chips (recuo de 4,30%, levemente superior ao de abril), mas ainda tem 43,582 milhões. A líder desse segmento, a Claro, foi a que mais reduziu a base em acessos líquidos: 677,8 mil desconexões (recuo de 4,33%). A operadora conta ainda com quase 15 milhões de acessos nessa tecnologia. O 2G mantém o ritmo de queda (2,78%), encerrando maio com 20,853 milhões de linhas. 

Já o M2M Especial, categoria que deverá deixar de existir com o decreto do Plano Nacional de IoT (que agora só difere a comunicação máquina-a-máquina comum das máquinas de crédito – POS), reduziu a base em 2,16% em maio, passando a contar com 8,675 milhões de acessos. O M2M Padrão somou 448,8 mil linhas (avanço de 3,55%) e encerrou o mês com 13,091 milhões de contratos. 

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