A Meantime, uma das primeiras desenvolvedoras brasileiras a exportar games para celular, mudou sua estratégia de vendas no mercado internacional. Em vez de trabalhar em parceria com publishers, a companhia pernambucana tem priorizado a assinatura de contratos diretamente com as operadoras estrangeiras. ?Sempre soubemos fazer jogos. Agora estamos aprendendo a vendê-los?, comentou o diretor de publishing da Meantime, Fabiano Alves.
O problema de vender através de publishers é que os jogos ficam perdidos dentro do vasto portfolio desses parceiros. Além disso, o publisher é mais um intermediário com quem a receita é dividida. Um dos principais publishers da Meantime no exterior é a Superscape.
A nova estratégia de negociar diretamente com operadoras foi iniciada há pouco tempo e já rendeu frutos. Os primeiros contratos foram assinados há um mês e hoje somam dez operadoras estrangeiras, dentre as quais há gigantes como T-Mobile, Vodafone, Orange, O2 e Cingular. A expectativa é de ao menos dobrar o número de operadoras até o final do ano, avançando especialmente no mercado asiático. A iniciativa deve fazer com que até dezembro a receita internacional supere o faturamento que a Meantime obtém no mercado brasileiro, prevê Alves. ?Negociando diretamente estamos conseguindo uma participação maior na divisão da receita?, afirmou o executivo.
A oferta para o mercado internacional exigiu da Meantime um esforço maior na adaptação dos games para diferentes línguas e modelos de celulares. ?Para lançar um jogo, as operadoras européias exigem que ele seja compatível com ao menos 60% da base de aparelhos?, explicou Alves. A Meantime investiu na compra de telefones celulares para testes, inclusive de modelos comercializados apenas na Europa. Hoje, são feitas 25 versões de cada jogo para atender a variadas famílias de celulares, que representam aproximadamente 300 modelos de telefones. A comercialização dos games no exterior é considerada uma prioridade para a Meantime. ?Ou você vende lá fora ou você morre?, disse Alves.