A operadora norte-americana T-Mobile anunciou nesta terça-feira, 28, a compra da operação móvel (wireless) da UScellular – incluindo as lojas, a carteira de clientes e determinados ativos do espectro – por cerca de US$ 4,4 bilhões (R$ 22,6 bilhões).
A transação foi fechada com a T-Mobile assumindo até US$ 2 bilhões em dívidas da parceria e pagando o restante em dinheiro. Com o movimento, a operadora afirma que fornecerá a sua rede 5G a milhares de consumidores da UScellular, sobretudo aqueles nas áreas rurais, com uma experiência de conectividade superior.
Após a conclusão do negócio, a UScellular reterá a propriedade de parte de seu espectro, bem como de suas torres, com a T-Mobile entrando em um acordo de longo prazo para alugar espaço em pelo menos 2,1 mil torres adicionais que estão sendo retidas. A T-Mobile diz que a transação não deve impactar o programa de retorno aos acionistas em 2024.
Dessa forma, a T-Mobile espera que a nova aquisição resulte em sinergias anuais de US$ 1 bilhão (R$ 5 bilhões) em custos operacionais (opex) e de capital (capex) após a integração. Além disso, a tele planeja reinvestir uma parte das sinergias. Já a despesa para fazer a própria integração está prevista entre US$ 2,2 a US$ 2,6 bilhões (entre R$ 11,3 e R$ 13,4 bi).
Abordagem comercial
Nos Estados Unidos, a T-Mobile se posiciona como uma operadora alternativa (Un-carrier), com planos sem contratos de longo prazo e preços de mercado considerados mais acessíveis na ponta. Agora, esse pacote também estará disponível aos clientes da Uscellular. Dessa forma, a empresa acredita que o movimento deve estimular a concorrência no setor.
"Esta transação criará uma alternativa muito necessária para serviços sem fio em áreas com planos caros e limitados da AT&T e Verizon, e para aqueles que têm sido limitados a uma ou nenhuma opção de conectividade de banda larga residencial", cutucou a T-Mobile, citando nominalmente suas principais concorrentes no mercado móvel dos Estados Unidos.
"Como os clientes de ambas as empresas [T-Mobile e UScellular] terão mais cobertura e mais capacidade a partir da nossa área combinada, nossos concorrentes serão forçados a acompanhar – e ainda mais consumidores se beneficiarão", diz Mike Sievert, CEO da T-Mobile, em comunicado.
"A transação proporciona aos nossos clientes acesso a uma cobertura e velocidades melhores, bem como mensagens de texto ilimitadas em mais de 215 países, ofertas de conteúdo, atualizações de dispositivos e outros benefícios da T-Mobile", completou Laurent Therivel, CEO da UScellular, em nota.
Vale lembrar que em 2018 a operadora já havia realizado uma grande aquisição no mercado móvel norte-americano, a partir da compra da Sprint. O negócio foi aprovado no ano seguinte, após longo processo.