As operadoras recolheram R$ 6,93 bilhões apenas com fundos setoriais no ano passado, de acordo com levantamento da Conexis Brasil Digital divulgado nesta segunda-feira, 28. Considerando somente o Fundo de Universalização dos Serviços de Telecomunicações (Fust), foram recolhidos R$ 1,580 bilhão, ou 23% do total.
O valor total dos fundos somados foi significativamente maior – quase o dobro – do que em 2020, quando o setor recolheu R$ 3,57 bilhões. Segundo a entidade patronal que representa as teles, essa diferença é explicada por conta do impacto do Leilão de 5G com a arrecadação do Fundo de Fiscalização de Telecomunicações (Fistel), que representou no total mais da metade (53%), ou R$ 3,7 bilhões.
Também representou uma grande parte o Condecine, que totalizou R$ 974 milhões, ou 14%. O Fundo para o Desenvolvimento Tecnológico das Telecomunicações (Funttel) e a Contribuição para o Fomento da Radiodifusão Pública (CFRP) representaram cada um 5%, com R$ 367 milhões e R$ 320 milhões, respectivamente.
Em comunicado, a Conexis lembrou que a arrecadação de fundos setoriais totalizou R$ 226,9 bilhões de 2001 até o ano passado. Porém, ressaltou que apenas 8,3% dessa soma foi aplicada no próprio setor.
Assim, o presidente executivo da Conexis, Marcos Ferrari, declarou que espera "começar a alterar esse cenário ainda em 2022, com a aplicação de recursos do Fust para expansão e democratização da banda larga". Isso porque, conforme lembrou a entidade, na semana passada, o governo publicou o decreto que regulamentou a nova lei do Fust, que poderá tornar possível esse objetivo.