Migração de dispositivos IoT do 2G para 4G acelera no Brasil

Antena de celular
Torre de celular. Foto: Bruno do Amaral

[Do Mobile Time] Ainda não há data para o desligamento das redes 2G e 3G no Brasil, mas as empresas que utilizam dispositivos M2M/IoT conectados a essas redes estão acelerando a migração para 4G.

É o que indicam números da Links Field, MVNO especializada em IoT. Até 2023, praticamente 100% da sua base de clientes era 2G. Agora, são 65%. E, pelo ritmo da migração, a expectativa é de que ao fim do ano menos da metade permaneça no 2G, prevê o sócio-fundador e CEO da Links Field, Thiago Rodrigues, em conversa com Mobile Time.

"Mesmo sem uma divulgação oficial de cronograma de desligamento, a percepção unânime do mercado é de que esse movimento é irreversível", comenta o executivo.

Notícias relacionadas

O Brasil tem aproximadamente 45 milhões de dispositivos M2M/IoT conectados às redes móveis, estima a Links Field. Desse total, 20 milhões são maquininhas de pagamento; 20 milhões são para rastreamento; e 5 milhões são usados em outras aplicações. Metade da base ainda é 2G ou 3G, calcula Rodrigues.

A migração para o 4G está sedo puxada primeiramente pelo segmento de pagamentos, afirma o executivo. "O segmento de pagamentos foi primeiro a ver a qualidade do 4G, trocando por maquininhas inteligentes", explica.

As empresas de rastreamento, por sua vez, começam a enxergar as vantagens agora: os dispositivos podem enviar dados de localização mais frequentemente e é possível incluir câmeras de monitoramento dentro de caminhões e de baús de transporte, por exemplo.

Impacto do RAN sharing

O compartilhamento da rede 2G entre operadoras também impulsiona a migração do IoT para o 4G. Isso acontece porque quando uma operadora desliga sua rede 2G em uma região para passar a usar as torres de outra tele, a sua cobertura 2G muda, pois as antenas da parceira estão distribuídas de outra forma, o que pode afetar os serviços de IoT de alguns clientes.

"Com RAN sharing, mais de 1,3 mil cidades tiveram sua rede 2G desligada. Quando desliga, os chips da operadora passam a ser atendidos pela rede de outra. Mas as coberturas são diferentes. E às vezes os dispositivos do cliente não estão dentro da cobertura nova. Tivemos um caso real de uma empresa que teve que mudar seu escritório de lugar porque perdeu a cobertura que tinha por causa do RAN sharing", relata Rodrigues.

Links Field cresce

A Links Field tem hoje uma base superior a 500 mil dispositivos conectados e deve chegar perto de 1 milhão ao fim deste ano, em razão de alguns grandes projetos que estão prestes a ser fechados, informa o executivo.

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui
Captcha verification failed!
CAPTCHA user score failed. Please contact us!