A Associação Brasileira de Provedores de Internet e Telecomunicações (Abrint) emitiu um comunicado nesta sexta-feira, 28, alertando sobre uma escalada de ataques criminosos contra provedores regionais de banda larga em diversas partes do País.
Além da interrupção dos serviços, a entidade ressalta que os crimes elevam o risco de cidadãos, empresas e órgãos públicos terem seus dados, inclusive financeiros, violados.
Segundo a Abrint, facções criminosas têm cada vez mais destruído redes, sequestrado infraestruturas e exigido pagamentos dos provedores de serviços de internet (ISPs) para permitir a continuidade das operações, além de ameaçar a integridade física dos profissionais do setor. O mesmo problema, diga-se de passagem, tem sido relatado há anos pelas grandes operadoras de telecomunicações, sobretudo em relação à infraestrutura de torres para redes móveis em locais com atuação de grupos criminosos.
"Os cidadãos dessas localidades estão sendo forcados a utilizar redes controladas por criminosos, expondo seus dados pessoais, suas comunicações e até suas transações financeiras ao crime organizado", relata a entidade.
Cobrança por segurança
Para contornar o cenário, a associação tem cobrado ações das autoridades da área de segurança, incluindo o Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP), a Polícia Federal e as polícias controladas pelos governos estaduais (Militar e Civil).
A entidade também reivindica apoio por parte do Ministério das Comunicações (MCom) e da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel).
A Abrint pede que o regulador de telecom, por exemplo, crie um canal de denúncias específico para casos de extorsão e sequestro de infraestrutura. As notificações, em seguida, devem ser repassadas à Polícia Federal para investigação.
"A segurança nacional está sendo diretamente ameaçada com a infiltração do crime organizado em infraestruturas críticas de comunicação", reforça a Abrint.
"Essa situação representa um grave risco à segurança digital da população e compromete a soberania nacional, uma vez que as telecomunicações são um serviço estratégico, fundamental para o funcionamento de hospitais, escolas, delegacias, órgãos governamentais e empresas privadas", complementa.
Problema geral
Segundo apurou este noticiário, recentemente operadoras móveis informaram à Anatel que deixariam de dar suporte à manutenção de redes em algumas localidades em que o risco de atuação e tornou elevado. Com isso, as ERBs ficam à própria sorte, podendo ter os serviços interrompidos em casos de falha ou vandalismo. A mesma coisa já afeta operadores de infraestrutura de torres. São casos que se somam a diversos episódios de sequestros de torres, cobranda pelo acesso dos técnicos ou mesmo ameaças físicas às equipes de instalação e manutenção. (Colaborou Samuel Possebon)