Quais os temas mais relevantes do Mobile World Congress na visão de algumas das principais empresas de tecnologia do mundo? Em um painel com Microsoft, Meta/Facebook e Intel, virtualização, metaverso, Open RAN e a nova realidade híbrida foram os principais temas destacados.
Na visão das empresas, se há dois anos temas como Open RAN pareciam ainda excessivamente promovidos, este ano a expectativa de resultados mais concretos no desenvolvimento de um ecossistema aberto para as redes móveis parece mais real. "Esse é um ponto de discussão que une CEOs de empresas como Qualcomm e Intel, então alguma coisa está acontecendo nesse ponto", diz Peter Jarich, head da GSMA Intelligence, braço de pesquisa de mercado da GSMA.
Para Tony Lutz, gerente de produtos da Meta/Facebook, o desenvolvimento de um ecossistema aberto baseado em OpenRAN é importante para diversificar os fornecedores e permitir inovação entre uma quantidade maior de empresas, seja nas aplicações, nos modelos de gestão do espectro ou para aplicações empresariais. "Esse ecossistema mais rico é essencial para os diferentes meta versos acontecerem", diz.
Para Sanjay Mewada, executivo de marketing da Microsoft, 2022 é um ano importante para que as operadoras definam de que maneira pretendem utilizar a nuvem em suas aplicações de 5G e os diferentes modelos possíveis. Na mesma linha vai a Intel.
Cristina Rodriguez, VP da divisão de client computing da Intel, diz que a principal missão da Intel tem sido em mostrar como fazer com que os operadores possam ter serviços baseados em nuvem e totalmente definidos por software.
6G distante
Para os executivos das empresas de tecnologia, o 6G é um tema ainda distante da realidade do mercado, até porque ele passa pelo desenvolvimento dos diferentes ecossistemas que estão sendo agora criados com o 5G. "Temos uma discussão antes, que é o 5G Advanced a partir do Release 18", pondera Peter Jarich. "Mas assim como o OpenR AN era algo distante há dois ou três anos, em breve essa conversa vai ficar mais relevante", diz. Para ele, o Metaverso é um debate para os próximos 10 ou 15 anos, mas as bases do que vai ser necessário começam a ser delimitados agora, explica.
Outros temas apontados pelas empresas de tecnologia como cruciais são segurança, sobre a qual "nunca se fala o suficiente", nas palavras de Mewada, mas que cada vez mais faz parte de todas as outras discussões.
Sustentabilidade e próximo normal
Para a Intel, também é essencial entender e discutir o papel do setor de telecomunicações no esforço para redução de carbono por empresas e países. "Essa indústria é central nesse debate", diz Rodriguez. Peter Jarich, por sua vez, lembra que 40% da redução global de emissão de gases que provocam o Efeito Estufa passa diretamente pela digitalização.
Isso leva à outra grande oportunidade para o setor de telecomunicações, segundo o executivo da Microsoft, que é "preparar o mundo para o próximo normal, em que a experiência intensiva de digitalização terá ficado para trás e entraremos no mundo híbrido", diz Sanjay Mewada.