Descentralização e incentivos: os anseios para políticas públicas de infraestrutura

CEO da UM Telecom, Rui Gomes
Foto: Marcos Mesquita/TELETIME

Tratando das prioridades para infraestrutura, há urgência na necessidade de descentralização da infraestrutura digital no Brasil, especialmente no que diz respeito aos data centers e cabos submarinos, defendeu o CEO da Um Telecom, Rui Gomes.

Atualmente, a concentração dessas infraestruturas em poucas cidades expõe o País a riscos significativos, como falhas generalizadas em caso de desastres naturais ou ataques cibernéticos, argumentou o executivo no evento TELETIME Tec Redes & Infra, realizada na última terça-feira, 26, em São Paulo.

Além disso, destaca-se que a falta de infraestrutura em outras regiões do País impede a inclusão digital e o desenvolvimento econômico.

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Gomes defende que é necessário investir em políticas públicas que estimulem a construção de data centers em outras regiões, a expansão da rede de cabos submarinos para além do eixo Fortaleza-Rio-São Paulo e que essa descentralização pode transformar o Brasil em um hub global de dados, aproveitando a energia renovável e a posição geográfica estratégica.

O Fundo de Universalização dos Serviços de Telecomunicações (Fust) pode ser utilizado para financiar projetos de infraestrutura digital, em sua opinião, mas é preciso ampliar os prazos e condições de financiamento. A própria Um Telecom está investindo em um data center em Pernambuco, com ajuda de recursos do Funttel.

Telcomp defende incentivos

Do ponto de vista do presidente executivo da Telcomp, Luiz Henrique Barbosa, há uma fragilidade decorrente também da centralização da infraestrutura digital no Brasil. Ele alertou também para a necessidade de uma mudança de paradigma.

Segundo Barbosa, a infraestrutura atual é pouco resiliente a interrupções, como cortes de energia ou ataques cibernéticos, o que poderia comprometer serviços essenciais como comunicação, saúde e segurança.

O que o Brasil precisaria para lidar com a questão é de um planejamento estratégico para construir uma infraestrutura digital mais robusta, capaz de atender às demandas da sociedade moderna e garantir a segurança nacional.

Mas, além de ser preciso investir em segurança cibernética e em planos de contingência para proteger a infraestrutura digital de ataques e incidentes, Barbosa alega que é necessário encontrar um equilíbrio entre a liberdade de mercado e a regulação, incentivando investimentos privados sem comprometer a qualidade e a segurança dos serviços.

A chave estaria, de acordo com o executivo, em "pensar estrategicamente e criar os incentivos adequados", a partir de uma coordenação de políticas públicas e regulamentações que promovam a expansão e a melhoria da infraestrutura digital.

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