A construção da planta dessalinizadora Dessal do Ceará gerou preocupações junto ao Mcom, Anatel e às operadoras pelo risco à infraestrutura de cabos submarinos instalada na Praia do Futuro. No entanto, segundo o presidente da Companhia de Água e Esgoto do Ceará (Cagece), Neuri Freitas, em artigo publicado neste final de semana nos jornais da região, o projeto não afetará os cabos de telecomunicações instalados na Praia do Futuro, em Fortaleza.
A polêmica em torno da localização do projeto no litoral cearense se estendeu, principalmente também, pela avaliação de que o fornecimento de internet no Brasil estaria em perigo.
Mas, segundo o presidente da Cagece, "as infraestruturas da Dessal do Ceará não apresentam riscos para o funcionamento dos cabos submarinos de internet que operam na orla da Praia do Futuro. Essa afirmação está embasada e demonstrada tecnicamente em estudos divulgados amplamente pela Cagece durante todo o processo de discussão desse projeto, que teve início em 2017", diz um trecho do artigo.
No artigo, o presidente ainda defendeu que, após recomendação da Anatel, a companhia realizou alterações no projeto da Dessal do Ceará para garantir conforto para as empresas de telefonia e internet.
"Hoje, de acordo com o projeto da Dessal do Ceará, a estrutura de captação de água marinha encontra-se a 567 metros de distância dos cabos submarinos, inclusive, uma distância maior que a recomendação do Internacional Cable Protection Committee (ICPC), órgão que atua na proteção de cabos submarinos e de infraestruturas subaquáticas no mundo todo", afirma outro trecho.
Quanto a falhas no próprio cabeamento de internet na Praia do Futuro, Freitas declarou que "existem hoje, na área terrestre de Fortaleza, 1.204 pontos de cruzamento entre redes da Cagece e das empresas de internet, 285 pontos de cruzamento entre redes de gás e outros 85 pontos de cruzamento com redes de drenagem da Prefeitura de Fortaleza, sem nunca ter havido nenhuma interferência ao funcionamento dos serviços das telefônicas. Atualmente, todas coexistem e funcionam normalmente".
Já as operadoras e a Anatel rebatem. Dizem que os riscos são reais e que além da ameaça de acidentes em si, um dos problemas que passa a haver é a dificuldade de certificação e atração de investimentos para o parque se data centers e para as operações de redes submarinas, pelo simples fato de estarem próximas a uma outra grande estrutura industrial como é uma usina de desalinização