Lista de interessados no leilão aponta maior disputa pela faixa de 700 MHz

A análise final da lista de proponentes que apresentaram propostas ao leilão de 5G, e conversas informais com alguns dos representantes,  indica que o mais provável é que o leilão tenha disputa apenas pela faixa de 700 MHz. Há pelo menos quatro grupos, identificados por este noticiário, com interesse claro de disputar a faixa, mas a lista deve ser maior (VDF/Datora, NK108/Highline, Winity/Pátria e Iniciativa 5G são as principais apostas). A faixa de 700 MHz tem como principal desafio para o vencedor nacional (ou para os regionais, caso não haja um vencedor nacional) a obrigação de construção de cobertura em 31 mil km de rodovias e conexão de 625 localidades sem 4G. Segundo os participantes, essa cobertura de estradas é especialmente desafiadora porque as lacunas estão em todo o brasil e não há uniformidade: são trechos que variam de centenas de metros a dezenas de quilômetros.

Entre os interessados na faixa de 700 MHz, as estratégias são quase sempre focadas na oferta de roaming para ISPs que entrem na faixa de 3,5 GHz com 5G e precisam de cobertura em 4G e na oferta de capacidade adicional com as operadoras tradicionais. Especula-se inclusive sobre acordos de RAN Sharing que já teriam sido costurados entre pelo menos um dos proponentes e uma das operadoras nacionais. Também há pelo menos um player interessado em usar a faixa de 700 MHz para oferta de serviços rurais.

Faixa de 3,5 GHz

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A faixa de 3,5 GHz deve ter candidatos para todos os lotes regionais e obviamente para pelo menos três lotes nacionais, com as três operadoras (TM, Claro e Vivo). A participação da BRDigital e do consórcio 5G Sul (Unifique/Copel), além da Algar, Sercomtel e Brisanet devem assegurar interesse em todos os lotes locais. Mas a disputa pelo quarto lote nacional ainda é uma dúvida. A DigitalBridge/Highline tinha interesse, mas dependia da costura de acordos comerciais. Da mesma forma, falava-se no interesse da Winity (Pátria/Blackstone) e da Iniciativa 5G Brasil pela faixa nacional, mas já há que aposte que este lote pode até acabar ficando vazio, o que resultaria no seu fatiamento. Com isso, os lotes regionais e os outros 3 lotes nacionais ficariam com 100 MHz.

Faixa de 26 GHz

Para a faixa de 26 GHz, haverá interesse, mas as apostas é que sobrarão vários lotes. Além das operadoras nacionais, alguns dos ISPs e MVNOs teriam interesse, mas a avaliação é que a faixa é cara e tem operação complexa, sobretudo na questão de custo dos equipamentos, ainda mais com o câmbio atual, o que deve diminuir muito o interesse.

Faixa de 2,3 GHz

Para a faixa de 2,3 GHz não parece haver interesse relevante, e a avaliação é que a faixa é cara e com obrigações muito pesadas (são mais de 9 mil localidades sem 4G que precisam ser cobertas) para atrair novos interessados.

A leitura de alguns dos proponentes é que a lista de interessados acabou frustrando as expectativas de quem via o leilão em um momento de grande liquidez para o setor de telecom. Na verdade, esse momento de liquidez já está bem mais limitado, segundo as avaliações dos concorrentes, e a deterioração da economia brasileira nos últimos meses, somadas às incertezas políticas, fizeram com que muitos investidores em infraestrutura que já têm atuado no mercado brasileiro ficassem de fora (casos da EB Capital, BTG, IHS e outros).

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