Os resultados financeiros da Vivo (Telefônica Brasil) no terceiro trimestre de 2020 revelaram uma nova queda (de 2,3%) nas receitas da companhia, para R$ 10,792 bilhões. Ainda assim, a operadora ampliou em 25,5% o lucro líquido em um ano, atingindo R$ 1,212 bilhão entre julho e setembro.
Em nove meses, contudo, o lucro da empresa registra recuo de 6,7%, para R$ 3,478 bilhões. Já a receita operacional no acumulado dos três primeiros trimestres ficou em R$ 31,934 bilhões (queda de 2,9%).
No caso do Ebitda, houve queda de 4,8% no terceiro trimestre, para R$ 4,322 bilhões, enquanto em nove meses o recuo é menor: 1,8%, para R$ 12,932 bilhões. A margem Ebitda é de 40% entre julho e setembro (queda anual de 1,1 ponto percentual) e de 40,5% no acumulado do ano (alta de 0,5 ponto percentual).
Já os investimentos do grupo no Brasil recuaram 25,8% no terceiro trimestre, ficando em R$ 1,803 bilhão. Até setembro, a queda fica em 17,4%, ou R$ 5,359 bilhões. Os custos operacionais também caíram: 0,6% no terceiro trimestre (R$ 6,470 bilhões) e 3,7% no acumulado de nove meses (R$ 19 bilhões).
Negócio móvel
A receita líquida do segmento móvel ficou estável no terceiro trimestre, em R$ 7,163 bilhões. O valor foi impulsionado por alta de 10,1% na receita de aparelhos (R$ 710 milhões), refletindo a retomada das vendas com a reabertura de lojas após os primeiros meses de pandemia de covid-19.
Considerando apenas a receita de serviços móveis, houve queda de 1%, para R$ 6,453 bilhões. Para a Vivo, contudo, o valor sinaliza uma "retomada dos níveis pré-pandemia", uma vez que representa alta de 3,3% frente o segundo trimestre.
Entre julho e setembro, a base de acessos móveis da companhia cresceu 3,9%, para 76,7 milhões. Deste total, 43,9 milhões são clientes pós-pagos (57,3% da base) após 844 mil adições líquidas.
Já 32,7 milhões de acessos são pré-pagos, após a maior adição líquida em oito anos na categoria: 1,466 milhão de novos chips ativos, o que pode indicar uma tendência de migração de planos durante o período mais intenso da quarentena. A Vivo ainda soma 10,2 milhões de conexões máquina a máquina (M2M).
Já a receita média por usuário móvel (ARPU) recuou 3,1% no terceiro trimestre, fechando em R$ 28,5. Segundo a empresa, a queda reflete "o maior crescimento de clientes pré-pago, de menor ARPU, no período e a sazonalidade de aumentos de preço em relação ao ano anterior".
Vale notar que em nove meses, a receita líquida móvel da Vivo recuou 1,7% (para R$ 20,852 bilhões), sendo 0,8% na receita de serviços.
Negócio fixo
Na divisão fixa, a receita líquida da Vivo caiu 6,6%, para R$ 3,628 bilhões. Até setembro, a queda é de 5,1%, para R$ 11,082 bilhões. Baixas nas verticais de voz fixa, TV por assinatura e B2B explicam os resultados.
Já na banda larga fixa, a tendência é de alta. No terceiro trimestre ela cresceu 5,4%, com receita de R$ 1,509 bilhão. Analisando apenas a tecnologia de fibra até a residência (FTTH), a alta chega a 56% (R$ 828 milhões).
Da base de 6,3 milhões de clientes na banda larga fixa, 3,1 milhões estão no FTTH, segundo o balanço da empresa – ou uma alta de 34,2% contra queda de 10,2% se consideradas todas as tecnologias. A cobertura de fibra até a residência da Vivo chegou em 28 novas cidades no terceiro trimestre, totalizando 244 atendidas com o serviço.
Especificamente no caso da banda larga fixa, o ARPU subiu 17,2% no terceiro tri, para R$ 77,7. O consumo de clientes FTTH influenciou o resultado.
Na TV por assinatura, houve queda de 9% na receita, para R$ 410 milhões (no ano o recuo é ainda maior: 10,6%). Também neste caso, a oferta do serviço via IPTV tem apresentado trajetória diferente, crescendo 29,9% no terceiro trimestre, para R$ 288 milhões.
Assim, o IPTV já equivale a 70,2% das receitas do segmento de TV, que soma 1,258 milhão de clientes (em queda de 9% no trimestre). Já a base exclusiva de IPTV fica em 855 mil acessos, ou crescimento de 25,5%.
Ainda segundo a Vivo, a postergação de decisões de investimento das empresas no contexto da pandemia fez o faturamento da vertical de dados corporativos e TIC recuar 9%, para R$ 651 milhões. Já no ano, o resultado da área é positivo em 2,6%.
Por último, o mercado de voz fixa derreteu mais 17,8% no terceiro trimestre, com a receita caindo para R$ 1,058 bilhão. No ano a queda é de 18,7%.