Telefónica aumenta lucro no trimestre, mas não compensa queda acumulada no ano

O Grupo Telefónica, controlador da Vivo no Brasil, sofreu em seus resultados financeiros do terceiro trimestre o impacto negativo da variação da moeda estrangeira em relação ao euro, embora espere uma reação do real, que pode impactar positivamente o crescimento da companhia espanhola nos próximos três meses. De acordo com balanço financeiro divulgado nesta quinta, 27, o lucro líquido da empresa no trimestre foi de 983 milhões de euros, um avanço de 38,5% no comparativo anual. O aumento não foi o suficiente para conter a queda de 22% no acumulado do ano, totalizando 2,225 bilhões de euros. O lucro operacional caiu 5,5% e 9% e totalizou 1,718 bilhão de euros e 4,800 bilhões de euros no trimestre e nos nove meses, respectivamente.

O lucro operacional antes de depreciação e amortização (OIBDA) foi de 4,175 bilhões de euros (1% de queda) e 11,931 bilhões de euros (4,6% de queda) no trimestre e nos nove meses, respectivamente. A margem OIBDA ficou em 31,9%, diferença de 1,6 ponto percentual (p.p.) no trimestre, e de 31,1% (avanço de 0,7 p.p.).

O Capex da companhia no trimestre foi de 2,362 bilhões de euros, avanço de 5,3%. Somando de janeiro a setembro, a empresa investiu 6,016 bilhões de euros, queda de 22,4%. O Brasil ficou com 577 milhões de euros no trimestre (aumento de 6,8%) e 1,369 bilhão de euros nos nove meses (queda de 8,8%).

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A receita da empresa no terceiro trimestre foi de 13,080 bilhões de euros, queda de 5,9% em relação ao mesmo período de 2015. No acumulado de nove meses, o total foi de 38,315 bilhões de euros, queda de 6,7%. Após o resultado, a companhia comunicou ao mercado que vai modificar a distribuição de dividendo para fortalecer o balanço e intensificação na entrega orgânica.

Impactos

Em comunicado, o chairman executivo José María Álvarez-Pallete, destacou crescimento de aceleração nos índices operacionais, além do foco na transformação digital e na infraestrutura de rede, monetizando a demanda por dados e capturando "eficiências, otimização de custo e sinergia". O executivo diz que isso se traduziu em aceleração "muito por causa da melhoria significativa na geração de fluxo de caixa livre". No entanto, dentro desse contexto, a companhia decidiu modificar o dividendo para "fortalecer a folha e intensificar a entrega orgânica, mantendo uma remuneração atrativa para o consumidor".

Essa modificação é um corte nos dividendos, saindo de 0,75 centavos de euro em 2016 para 0,40 centavos de euro em 2017. A ideia é fortalecer a folha, acelerando crescimento orgânico para aumento de caixa.

A Telefónica alega como motivo para os resultados que sofreu grande impacto com as mudanças de câmbio no comparativo anual devido à desvalorização das moedas latino-americanas. Apesar do real ter se recuperado frente ao euro recentemente, o impacto, "se mantido, poderá ser mais percebível nos próximos trimestres". A dívida líquida financeira da Telefónica em setembro era de 49,984 bilhões de euros, e a relação de dívida/OIBDA foi de 3,05x.

Pelo lado positivo, a companhia revelou ainda o impacto da geração de sinergias com a incorporação da GVT no OIBDA: 155 milhões de euros nos primeiros nove meses, dos quais 87 milhões de euros foram no último trimestre. O impacto nas receitas foi de 62 milhões de euros e 26 milhões de euros, respectivamente, por conta da venda cruzada entre clientes da Vivo e da GVT. Em custos operacionais, os totais conseguidos foram de 92 milhões de euros e 61 milhões de euros por conta de redução de força de trabalho, renegociações com fornecedores e otimização comercial. 

Operacional

Os resultados operacionais caíram 0,9% no comparativo anual por conta principalmente da limpeza de base no pré-pago no Brasil. No total, a companhia fechou setembro com 343,9 milhões de acessos, dos quais 38,9 milhões foram de telefone fixo (3,2% de queda); 21,3 milhões de acessos de banda larga (aumento de 1,4%), 8,7 milhões de fibra e VDSL (25,5%); 274,8 milhões de acesso móvel (0,6%) e 8,396 milhões em TV paga (3%).

Do total móvel, 165,9 milhões eram de pré-pago (4,5% de queda), 108,9 milhões de pós-pago (6,1% de aumento) e 13,6 milhões de máquina-a-máquina (23%). A companhia ainda exibiu recortes mais específicos nessa área: a penetração de smartphones na base em setembro era de 56,4%, um aumento de 10,1 p.p., sendo que em pré-pago essa adoção é de 56,4%, enquanto no pós-pago é de 77,7%. Da base total, 57,342 milhões eram de LTE, um aumento de 89,8%.

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