O presidente da Anatel, João Rezende, voltou a defender a revisão dos contratos de concessão de telefonia fixa (STFC), mas criticou o andamento do debate e sobretudo as reclamações das teles, chamando-as de "muro das lamentações". "Estamos embolando a discussão", disse ele durante painel no Futurecom nesta terça, 27. Na opinião dele, é preciso remover a barreira do prazo de renovação para 2025, deixando o foco concentrado na reversibilidade. "Até recebo sugestões de soluções simplistas, como resolver por decreto, mas não é assim, precisa de amadurecimento na discussão para criar ambiente para as empresas do setor", declarou.
Rezende acredita que falar apenas sobre STFC pode ser precipitado, mas que o grupo de trabalho coordenado pelo secretário de telecomunicações do Minicom, Maximiliano Martinhão, vai chegar a alternativas. "Precisamos discutir certa dúvida em reversibilidade, porque ninguém garante que em 2023 somente a telefonia fixa seja reversível, porque o governo vigente poderá entender que Internet é necessidade", sugeriu.
Ele acha também que é necessário que a reforma siga o trâmite comum, mesmo que seja um "calvário". "Não temos que ter medo de discutir isso no Congresso, tem que passar lá, porque a mudança temporal de 2025 não pode ser feita somente na Anatel."
Sem consolidação
Comentando sobre possível movimentação de consolidação no mercado brasileiro com TIM e Oi, ou mesmo algo mais radical entre todo o setor, o presidente da Anatel disse não acreditar que o cenário vá mudar até pelo menos 2022. "Não acredito em consolidação no curto prazo, rápida, que vai ficar praticamente monopólio, pelo menos de telecom tradicional", afirmou.