O presidente da Claro, Carlos Zenteno, acredita que o cenário econômico impõe novos desafios às operadoras, sobretudo na obtenção de receitas, o que dificultaria os aportes para o cumprimento das metas de cobertura do serviço móvel impostas nos leilões de frequências. Por isso, ele afirma que vai procurar a Anatel para pedir revisão dessas obrigações, ao menos para estender o prazo de cumprimento.
"Não negamos que temos as responsabilidades, sempre cumprimos todas as metas ao passar dos anos, mas agora temos metas acumuladas de 3G com 2,1 GHz; do 2,5 GHz, do 4G; e metas rurais, mas deveríamos poder fazer revisão, seria a nossa expectativa, mas temos que formalizar e entrar em detalhe nessa solicitação", declarou o executivo em conversa com jornalistas após painel na Futurecom nesta terça, 27. Zenteno não fala em nenhuma meta específica, mas "em conceito".
A justificativa é simples: o cenário de crise pressiona a receita das operadoras, com queda na base pré-paga, redução de receitas de serviços de voz e aumento na demanda de dados por conta das over-the-top (OTTs). "Imagine o cenário que todo mundo tem receitas em queda importante, principalmente pela (redução da) VU-M e desaceleração de consumo, troca de uso de multiSIM para SIM (fim do efeito comunidade), que alguém está perdendo", diz o presidente da Claro. "Há uma ameaça muito grande de perda de receita, e já com o tipo de câmbio é direto (o impacto), é complicado. Não somos pessimistas, mas sem dúvida seria uma coisa boa poder revisar essas metas e tentar empurrar mais para frente (as obrigações) considerando um cenário melhor macroeconômico no País."
Nenhuma proposta foi finalizada, mas Zenteno diz já haver uma conversa inicial com a agência. "Já fizemos contatos para isso na Anatel", garantiu.