CFO e herdeira da Huawei faz acordo com EUA e obtém liberdade

Um dos pivôs da crise da Huawei, a CFO e herdeira da fornecedora, Meng Wanzhou, foi liberada a voltar para a China após quase três anos detida pelo governo do Canadá. A executiva conseguiu um acordo com o Departamento de Justiça (DoJ) dos Estados Unidos, que a acusam (sem provas concretas divulgadas até o momento) de espionagem e fraude, para ter o processo de extradição feito pelos norte-americanos extinto.

Nesta segunda-feira, 27, a Huawei enviou comunicado comentando a decisão. O advogado de Wanzhou, William Taylor, diz ter ficado "muito satisfeito" com o acordo diferido de acusação (DPA) com o Departamento de Justiça dos EUA e aprovado pelo juiz que cuidava do caso. 

"De acordo com os termos deste acordo, ela não será processada nos Estados Unidos e o processo de extradição no Canadá será encerrado. Ela não se declarou culpada e esperamos que a acusação seja encerrada por completo após 14 meses. Agora, ela estará livre para voltar para casa e ficar com sua família", disse Taylor no comunicado.

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A própria Huawei enviou um posicionamento, destacando que continuará a trabalhar para resolver as questões com a justiça norte-americana. "Estamos ansiosos para ver a Sra. Meng reunida com sua família, voltando para casa em segurança. A Huawei continuará a se defender contra as acusações do Distrito Leste de Nova York no Tribunal Distrital dos Estados Unidos."

O acordo prevê que ela também não será processada pelos EUA. Em troca, Whanzhou admitiu ter responsabilidade em um alegado esquema de fraude contra o banco HSBC. "A admissão dos fatos confirma que, enquanto atuava como diretora-executiva financeira da Huawei, Meng fez múltiplas declarações materiais falsas para um executivo sênior de uma instituição financeira sobre os negócios de operação da Huawei no Irã em um esforço para preservar a relação bancária da fornecedora com a instituição", declara o DoJ em comunicado.

Meng Wanzhou foi detida pelo governo canadense em dezembro de 2018, sob acusação de fraude e espionagem por parte do governo dos Estados Unidos. A companhia sempre alegou inocência, e declarou haver abuso de autoridade no pedido de extradição feito pelos norte-americanos. Isso escalou para uma verdadeira guerra contra a Huawei e demais fornecedoras chinesas, especialmente na administração Donald Trump, mas sem retração na atual do presidente Joe Biden. O principal objetivo dos EUA era reduzir a força da empresa no 5G, o que levou os norte-americanos a efetuarem pressão em nações aliadas, inclusive no Brasil, para que houvesse impedimentos à companhia na tecnologia. 

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