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Caso raro de rompimentos simultâneos de fibra provocou instabilidade no PTT de São Paulo

Durante o final da tarde e na noite da última segunda-feira, 23, dois rompimentos de fibra praticamente simultâneos afetaram a rede do ponto de troca de tráfego IX.br em São Paulo. A infraestrutura danificada foi na região de Barueri, e a situação ficou mais grave por volta das 21h, quando um novo rompimento isolou o ponto Equinix-SP2, demandando a operação sem o PTT (ou PIX, com o NIC.br também chama) por cerca de 9 minutos, até que uma recuperação de uma das rotas de fibra foi realizada por volta das 23h. De acordo com o gerente de infraestrutura do IX.br, Júlio Sirota, esse tipo de evento é normalmente tratado rapidamente, mas o caso específico com duas fibras afetando um mesmo sistema não é comum. “Eventuais rompimentos de fibra são tratados em algumas horas, e raramente temos um duplo rompimento”, declara. “A gente teve outros eventos, mas não acho que tenha afetado sobremaneira a Internet brasileira”, avalia.

O NIC.br está investigando a origem da instabilidade na rede para implantar mecanismos que “detectem, evitem ou minimizem o efeito da perda de um destino da rede do IX.br”. O prazo previsto para a execução da ação corretiva é de 30 dias, uma vez que a rede ainda pode tentar usar os roteadores do PTT afetado por achar que estão ativos. “Do nosso lado, o que a gente quer melhorar é exatamente quando um PIX grande fica indisponível na rede; tem um tempo para que toda a rede saiba que ele não está mais disponível”, afirma Sirota. “Gera muito broadcast e leva um tempo para a rede estabilizar. É como cortar um pedaço da Internet.”

A causa dos rompimentos não foi divulgada, mas Sirota diz que são eventos comuns. Normalmente são atos de vandalismo ou algum acidente, como a queda de árvore ou fogo em um poste com fibra. “O raro é ter dois [rompimentos] próximos e que afetem rotas distintas do mesmo PIX”, diz. Isso porque as empresas estudam com cuidado a arquitetura planejada para diversificar as rotas ao máximo.

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A manutenção e operação de rotas que interligam o PTT são também de responsabilidade das empresas com quem o NIC.br faz parcerias. “No caso de São Paulo principalmente, por exemplo, temos diversos data centers que fornecem espaço, energia e fibras apagadas até os pontos centrais. A gente coloca equipamentos de rede e faz a iluminação. Todos esses contratos, formalização de contratação de fibra, SLA [Service Level Agreement], não estão sob a nossa gestão”, explica. Ainda assim, Júlio Sirota garante que o IX.br tem o controle para procurar dar a maior disponibilidade possível.

O gerente de infraestrutura alerta para a necessidade de provedores se prepararem para esse tipo de eventualidade com backup de rotas. Ele diz que, em caso de falha ou algum evento do tipo, é preciso ter uma segunda conectividade para ser suficiente na hora de atender aos usuários. “Qualquer operadora ou empresa de telecomunicações está sujeita a isso”, afirma.

Cobrança

Desde agosto de 2017, o IX.br passou a cobrar pelo uso do PTT para cobrir custos operacionais em São Paulo. A ideia é dar mais fôlego na operação, melhorando a capacitação técnica e ampliando o quadro profissional que cuida dos pontos. Na época, houve questionamentos das teles sobre a cobrança de novos recursos, já que era uma das atividades previstas pelo próprio NIC.Br, que conta com orçamento para isso. De acordo com Sirota, atualmente essa operação segue sem maiores problemas e tem dado o retorno esperado. “Óbvio que tudo isso tem um tempo de maturação porque, da mesma forma, o crescimento é contínuo, e às vezes a gente fica correndo atrás”, declara. “A ideia do PIX é sempre: quanto mais interconectividade, melhor”, conclui.

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