Um possível interesse da Vivo em adquirir a Desktop afetou as ações da provedora paulista de banda larga. Nesta segunda-feira, 27, os papéis da empresa subiram 2,2%, encerrando pregão cotadas a R$ 16,22.
Já durante a sexta-feira, 24, as ações da Desktop na B3 valorizaram 16%, em movimento que chamou inclusive a atenção da Comissão de Valores Mobiliários (CVM). O órgão pediu à operadora explicações sobre a oscilação.
"A administração da companhia entende que a oscilação verificada foi decorrente da divulgação da notícia veiculada hoje [24] no portal 'NeoFeed', sob o título 'Vivo negocia compra de provedor de internet Desktop'", justificou a provedora regional, adicionando:
"A esse respeito, conforme comunicado ao mercado divulgado em 25 de agosto de 2023, a companhia esclarece que constantemente analisa oportunidades, visando ao desenvolvimento de suas atividades e à geração de valor. Contudo, esclarece-se que a companhia não definiu a realização, nem termos e condições de quaisquer potenciais operações".
Neste sentido, a Desktop prometeu que caso decida sobre qualquer operação relevante, a mesma será devidamente comunicada ao mercado e submetida às aprovações societárias competentes. No ano passado, a empresa indicou estar interessada em monetizar seus ativos de infraestrutura.
Mas segundo o NeoFeed, as conversas entre Vivo e a provedora envolveriam toda a operação da Desktop, sendo inclusive travadas há algum tempo. A dupla também estaria negociando um valor de aquisição com prêmio sobre o valor das ações da Desktop.
SP
Uma possível aquisição da Desktop poderia render à Vivo a liderança no mercado de banda larga de São Paulo, deixando para trás a Claro, com quem a tele trava intensa disputa na unidade federativa mais rica do País.
Hoje, a Desktop é o sétimo grupo nacional no mercado de banda larga, sendo o terceiro colocado no estado de São Paulo. Em março, os acessos da companhia somavam 1,04 milhão, integralmente no território paulista (ou 7% do share estadual). As maiores bases da empresa estão nas cidades de Campinas, Sumaré, Hortolândia e Praia Grande.
Já Vivo e Claro travam uma disputa pela liderança no mercado. Enquanto a Claro possuía 4,45 milhões de assinantes paulistas em março (share de 30%), a Vivo somava 4,32 milhões (participação de 29%).
Assim, em um cenário hipotético de aquisição da Desktop, o market share da Vivo em São Paulo poderia chegar a 36%, com mais de 5,3 milhões assinantes das duas bases somadas.