Após dar entrada no pedido de recuperação judicial (Chapter 11), a operadora de satélites Intelsat decidiu aceitar entrar no programa de aceleração da limpeza da banda C nos Estados Unidos. A companhia enviou na terça-feira, 26 (três dias antes do final do prazo), a petição à reguladora Federal Communications Commission (FCC) com o compromisso de liberar o espectro, que será depois objeto de um leilão para o serviço de celular 5G norte-americano.
Segundo comunicou a operadora satelital nesta quarta, 27, foi criado um "plano de transição abrangente" para atender aos requisitos da FCC, incluindo o trabalho de representantes em colaboração com clientes para cuidar de uma migração "suave". Nos próximos meses, a empresa trabalhará também com as estações terrestres de downlink em todo os EUA para reajustar e reapontar antenas e instalar filtros de bloqueio de sinal 5G.
Antes de encaminhar o plano de transição, a operadora chegou a enviar à agência reguladora uma petição de reconsideração para "alterações técnicas muito limitadas na ordem da banda C, a fim de mitigar a interferência pós-transição e proteger certas transmissões de controle de satélite".
Proposta
A FCC regulamentou em fevereiro o uso flexível expandido da banda de 3,7-4,2 GHz, dando 280 MHz de capacidade das satelitais para as operadoras móveis, além de uma banda de 20 MHz adicionais. Os serviços de satélite seriam assim, migrados para a banda superior.
Mas além disso, a agência elaborou um plano para recompensar as satelitais se estas conseguissem entregar o espectro já limpo em um prazo mais curto. Especificamente, a Intelsat seria a mais afetada, com um reembolso de US$ 4,87 bilhões (pagos pelas operadoras móveis no leilão). Mas o custo estimado na limpeza é de mais de US$ 1 bilhão.
A Intelsat estava resistindo em aderir ao plano de aceleração à FCC, chegando até a recusar inicialmente a proposta, o que provocou um racha na C-Band Alliance, parceria com outras satelitais (SES e Telesat) criada justamente para lidar com a liberação da banda C para o 5G. Como a empresa já lidava com dificuldades financeiras e uma dívida de US$ 14,5 bilhões, a empresa entrou voluntariamente com pedido de Chapter 11 no último dia 14 de maio.
"Com um profundo conhecimento institucional da banda C dos EUA, entendemos o que é necessário para fazer a transição rápida e e bem sucedida dos atuais usuários, mantendo a transmissão ininterrupta e de alta qualidade para mais de 100 milhões de casas e empresas americanas", disse em comunicado o CEO da Intelsat, Stephen Spengler. Ele afirmou ainda que a empresa "abraçou" a iniciativa da FCC.