Com a Claro se preparando para absorver cerca de 12 milhões de clientes de celular da Oi, a América Móvil projeta que 70% a 75% da receita oriunda da nova base se transforme em Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) para a companhia mexicana.
Em call sobre os resultados do primeiro trimestre realizada nesta quarta-feira, 27, o tema foi abordado pelo CEO da controladora da Claro, Daniel Hajj. "Finalmente fechamos a Oi e teremos cerca de 12 milhões de clientes [novos]. São quase 5 milhões no pós-pago e 8 milhões de pré-pagos. Estamos trabalhando para preparar a rede e prontos para absorver os clientes e claro que vamos ter boas sinergias".
"No fim do dia, talvez cerca de 70% a 75% da receita [oriunda dos clientes da Oi] vá para Ebitda. É mais ou menos o que estamos esperando e estamos trabalhando para isso", concluiu Hajj, durante a call. Por fatia dos ativos móveis da Oi, a Claro pagará R$ 3,57 bilhões, dos quais R$ 3,25 bilhões já foram transferidos.
5G
A América Móvil também reportou a expectativa de aumentar a receita média por cliente (ARPU) da base pós-paga na América Latina a partir da ativação do 5G nos mercados da região.
Para tal, uma abordagem de "more for more" (mais por mais) foi defendida pelo grupo, a exemplo do que tem sido feito no México e na Áustria (onde a empresa também tem atuação). Estratégias específicas para cada país podem ser adotadas, mas o entendimento é que a demanda inelástica por serviços de telecom deve permitir reajustes em planos mesmo diante de pressão inflacionária.
A AMX também reiterou que a ativação da quinta geração não deve significar grandes variações no capex anual (estimado em US$ 8 bilhões para 2022). Disse ainda que há a intenção de seguir com cortes de custos.