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Com streaming, ISPs levam TV por assinatura ao Brasil profundo

Sem dados precisos, já que muitos não reportam seus números à Anatel, estima-se que os cerca de 12 mil ISPs (Internet Service Providers, ou apenas provedores de Internet) brasileiros somados sejam maiores do que qualquer operadora tradicional de telecomunicações, representando aproximadamente metade da base de banda larga do país. É através desta base que o OTT e, sobretudo, as novas plataformas de IPTV vêm ampliando sua presença no país.

“Alguns programadores se adaptaram rapidamente e estão muito na frente na distribuição de OTT, VOD e streaming linear. Outros estão se adaptando à mudança. Em um dos que se adaptou (para chegar aos ISPs), o faturamento conosco multiplicou por quatro”, disse Alex Jucius, diretor geral da Neo Asssociação durante o Streaming Brasil 2021, realizado por TELA VIVA e TELETIME nos dias 26 e 27 de abril. A associação, que foi criada para auxiliar pequenas e médias operadoras de TV na negociação com as programadoras, hoje é uma espécie de market place de conteúdo, inclusive para os ISPs. Seus 180 associados chegam a mais de 5 mil municípios. São cerca de 7,5 milhões de domicílios atendidos com banda larga pelos associados. Algumas programadoras, conta, chegam a 30% desta base, superando os 2 milhões de assinantes nos ISPs. Como comparação, a base de TV paga tradicional entre os associados da Neo está na casa dos 300 mil clientes.

Segundo Jucius, embora parte do mercado de conteúdo em vídeo tenha migrado para um modelo B2C, com os programadores chegando diretamente ao cliente final, o B2B2C ainda é muito relevante, especialmente quando se fala de um perfil de consumidor ainda desbancarizado, sem cartão de crédito. “Os ISPs se tornaram um canal de bilhetagem e um diferencial de relacionamento e de atendimento. Há uma proliferação de empresas e plataformas buscando esse mercado e há espaço para todos atuarem”, diz.

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A Neo auxilia na aquisição de conteúdo todos os perfis de operadores de pequeno porte, desde os que não querem ter que lidar com múltiplas empresas e buscam uma solução pronta de IPTV e VOD, até os que preferem “montar seu próprio Lego”, assinando contrato com cada detentor de direito.

Soluções prontas

A Watch Brasil é uma das empresas que leva uma solução pronta aos provedores de banda larga. Criada há menos de três anos, iniciou com uma oferta de apps de VOD e um catálogo montado junto a parceiros de mídia. Agora, começa a chegar aos provedores com uma oferta de canais lineares, montada em uma parceria com a TV Alphaville.

“Desde setembro vínhamos recebendo demandas por canais lineares. Temos uma oferta bem solucionada com um catálogo relevante de VOD, mas ainda há uma demanda pelo linear, por notícias, esportes e grandes eventos. Ainda há uma grande demanda pelos canais abertos e pelos religiosos”, conta Maurício Almeida, cofundador da Watch Brasil.

A solução oferecida pela Watch é sem capex para operador, já que é baseada em aplicativos, sem a necessidades de investimento em caixas. “Conseguimos fazer o on board no cliente em 72 horas”, diz Almeida.

Além das soluções de empresas dedicadas exclusivamente às plataformas de vídeo, algumas ISPs desenvolveram suas próprias soluções e já oferecem no mercado. É o caso da Life e da Unifique, por exemplo.

Luís Eduardo Diaz, diretor da Life, conta que a operadora adaptou plataformas existentes no mercado e configurou da melhor forma possível para o seu uso. “O desafio é construir uma equipe que possa dar conta da adaptação e dar suporte aos provedores associados a nós. O maior investimento tem sido em pessoal”, conta. A equipe de apoio faz a implantação das CDNs nas redes dos parceiros. O serviço conta com caixas Android, enquanto o lineup de canais foi criado com auxílio da Neo. “O B2B é agora uma realidade para a Life”, diz. Além de atender a própria demanda, a operadora já tem parceria com outras 27 empresas no Nordeste e “algumas dezenas” no interior de SP.

“Nosso desafio e do mercado é a transformação digital. Quando temos que trocar um modelo, há um desperdício de energia que não temos”, diz Jair Francisco, diretor de mercado da Unifique. “Procuramos nos desenvolver a ponto de dominar o máximo a tecnologia e poder inovar e criar melhorias”, completa.

A caixa IPTV da operadora está em 20% de sua base de banda larga. “Vendemos pacotes de TV por assinatura linear, que inclui uma caixinha e que que permite multitela, SVOD e TVOD”, conta. A solução conta ainda com cache TV, que permite “voltar no tempo” para assistir o conteúdo linear como um catchup diretamente da grade de programas.

Pirataria

Vistos como parte do problema, os ISPs começam a ser vistos como parceiros no combate à pirataria, uma concorrência desleal com toda a cadeia de valor de conteúdo. Maurício Almeida, da Watch, conta que os provedores regionais buscam plataformas de vídeo que tenham contratos com as operadoras e com o ecossistema para que não seja oferecido nada irregular. “Uma grande parte ainda não se preocupa com isso, mas os provedores perceberam que a pirataria é algo que os prejudica”, diz. “No começo, diziam que precisavam de muita banda para o cliente não reclamar da qualidade do ‘IPTV’. A pirataria trazia um custo para o operador”, completa.

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