Oi avança extração de cobre aéreo, mas evita valores e prazos para eventos futuros

Foto: wallpaperflare

A Oi está avançando em iniciativas de extração do cobre presente em suas redes aéreas como forma de monetizar o ativo a partir da venda da "sucata" no mercado nacional e internacional ao longo deste ano.

Nesta quinta-feira, 27, o tema foi abordado em conferência de resultados da operadora no quarto trimestre e no consolidado de 2024. Foi o primeiro evento do gênero comandado pelo novo CEO da Oi, Marcelo Milliet – ele mesmo egresso da cadeia de cobre, após atuação como CEO da produtora Paranapanema.

Na conferência, Milliet recordou que a Oi possui um compromisso de venda de todo o cobre subterrâneo para a V.tal, com processo de extração atualmente em curso. Já o cobre aéreo (que fica pendurado nos postes) permanece com a Oi e na medida em que for extraído, será "negociado como sucata no mercado nacional e provavelmente agora no internacional também".

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O CEO evitou detalhar a quantidade ou valor estimado da "sucata", mas indicou que o trabalho de extração tem avançado. "Uma parte do cobre extraído está em localidades como grande concentração de linhas instaladas e agora estamos partindo para extração em localidades mais dispersas e distantes, o que aumenta o custo de extração".

"De qualquer forma o resultado é e positivo e importante, porque além da receita com a venda do cobre em si há também a redução de custos com a manutenção da rede e postes", projetou o CEO, colocando este como um dos grandes benefícios após o fim da concessão de telefonia fixa da tele.

Milliet observou, contudo, que o valor do metal no mercado varia de acordo com as cotações internacionais – que oscilaram nos últimos 12 meses entre US$ 8 mil a tonelada e atuais US$ 12 mil a tonelada. "Há bastante volatilidade neste mercado em função das ações da China, então não dá para precisar exatamente o valor do ativo".

Futuro

Durante a conferência com analistas, Milliet também foi questionado sobre uma série de eventos esperados no futuro da companhia. Em alguns deles, a empresa relatou pouca visibilidade sobre o prazo para desfechos.

É o caso da segunda recuperação judicial da Oi, que completou dois anos neste mês de março. Perguntando sobre um horizonte de conclusão do processo, o CEO da operadora afirmou que ainda "não há como precisar um prazo" para o fim da RJ, ainda dependente do cumprimento de algumas etapas.

Indicação similar foi dada sobre o processo (retomado em 2024) de arbitragem com a Anatel, sobre supostas insustentabilidades na antiga concessão de telefonia fixa da empresa. "Não é um processo com prazo específico estimado. Espera-se durante esse ano talvez uma primeira decisão de mérito, mas a decisão final pode levar alguns anos, por ser uma arbitragem bastante complexa", afirmou Milliet. Vale lembrar que entre as decisões parceiais esperadas estão, por exemplo, uma definição do que está prescrito (cujo prazo de uma eventual culpabilidade à Anatel se encerrou) ou precluso (cujo prazo para a Oi reclamar do fato também venceu).

Há ainda a venda de imóveis, sobre a qual o executivo disse não possuir um número fechado sobre o potencial total de entrada de recursos. Com o fim da concessão de telefonia fixa, a Oi já manifestou expectativa de monetizar cerca de 7,9 mil imóveis.

"Há uma diversidade muito grande entre eles, em localização, status… Há imóveis rurais, outros de pequeno porte ou em áreas de risco de segurança e também em áreas melhores. É um grande número de imóveis, com avaliação global extremamente complexa", indicou Milliet.

Adicionalmente, a empresa também afirmou que um futuro empréstimo adicional de R$ 1,5 bilhão previsto no plano de recuperação judicial "não é algo tão simples de ser realizado", dado que a maior parte das garantias da empresa já está mobilizada para cobrir outros instrumentos.

A Oi encerrou 2024 com R$ 1,7 bilhão em caixa, já impactado pelo pagamento a determinados grupos de credores. Mas entre os fatores que impulsionaram positivamente o montante no último trimestre do ano passado esteve o resgate líquido de um depósito judicial relacionado ao pagamento do Fust, como parte do acordo para abatimento da dívida com a Anatel.

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