Um raio-X do que será a Nova Oi e as projeções para 2025

O balanço de 2024 da Oi forneceu maior visibilidade sobre o futuro da companhia a partir de 2025, após a venda de ativos como as unidades de fibra e TV paga. Com receita de R$ 3 bilhões no ano passado, a chamada Nova Oi terá como desafio encontrar um caminho de retorno ao crescimento.

Os ativos remanescentes da operadora se dividem em três pilares: o primeiro é a Oi Soluções, unidade de atendimento de grandes empresas e setor público com receita de R$ 1,7 bilhão em 2024 (queda de 23%). Estratégica na operadora, a divisão responde por 57% da receita da Nova Oi.

Um segundo eixo reúne as subsidiárias integrais da tele: a Serede, que opera serviços de campo; a Tahto, de call centers; e a Oi Services. Esta última foi criada no âmbito da venda da Oi Fibra à V.tal e vai atender tanto a unidade agora negociada quanto a própria Oi com serviços terceirizados de RH, finanças, TI, operações e logística.

Notícias relacionadas

Juntas, essas controladas da Oi somaram R$ 574 milhões de receitas em 2024, alta de 28%. A tele entende que "todas as subsidiárias têm um grande potencial de crescimento e geração de valor".

Por último, um terceiro alicerce da Nova Oi segue sendo o "legado", que concentra serviços ainda baseados em tecnologias antigas como o cobre. No balanço de 2024, a divisão somou receita de R$ 742 milhões, considerando também os negócios da Oi no segmento de atacado. Foi uma queda de 48% no ano contra ano, seguindo declínio visto há anos.

Vale lembrar que uma das tarefas dessa unidade "legada" será a manutenção do serviço de telefonia fixa em 10,6 mil localidades, como parte do acordo que permitiu o fim da concessão da Oi. Tais serviços deverão ser prestados até 2028 ou até surgirem alternativas de voz na mesma região – o que liberaria a operadora de tal ônus.

Oi Soluções

Ao divulgar o balanço de 2024, a Oi também fez um importante reconhecimento sobre a relevância da infraestrutura legada para a Oi Soluções, considerada agora o principal ativo da companhia.

"Assim como no trimestre anterior, as receitas do segmento têm sido impactadas pelas transformações estruturais no setor, especialmente pela diminuição constante da demanda por serviços baseados em tecnologia de cobre. Essa tendência tem impactado de forma contínua os resultados da Oi Soluções, tanto pela diminuição da base de clientes dos serviços tradicionais quanto pela queda no consumo da base ativa, com sucessivas reduções no tráfego via cobre", notou a tele.

Adicionalmente, a companhia relata ter adotado uma estratégia focada em otimização da rentabilidade, por meio de uma "abordagem comercial mais seletiva em processos competitivos", o que também trouxe impacto na receita da unidade corporativa.

De fato, apenas no quarto trimestre de 2024 a Oi Soluções somou um faturamento líquido de R$ 409 milhões, em queda de 24% contra o mesmo período de 2023. O número refletiu na performance do consolidado da Nova Oi: foram R$ 625 milhões de receita no quarto trimestre, ou queda de 33%.

No entanto, o comando da operadora também indica notícias positivas. Em conferência com analistas nesta quinta-feira, 27, o CEO da Oi, Marcelo Milliet, reportou que nos últimos meses de 2024 a companhia venceu licitações e assinou novos contratos que deverão impactar positivamente nos números da Oi Soluções a partir do segundo trimestre.

Em paralelo, a estratégia de atuar como uma integradora de TI e telecom também tem avançado. No último trimestre de 2024, uma fatia de 34% do faturamento da unidade vinha de serviços de TIC, que possuem maior valor agregado. No terceiro tri, a marca era de 29%. Serviços de cloud e plataformas de comunicação unificada são algumas das apostas da companhia no subsegmento.

V.tal

Por último, vale lembrar que a Oi ainda tem participação relevante na V.tal, chegando a 27,5% do capital da operadora de infraestrutura após receber cerca de 10% da companhia como parte do pagamento pela venda da Oi Fibra.

"É uma participação relevante na maior empresa de fibra neutra do Brasil, que representa grande valor futuro para a empresa", notou Milliet, nesta quinta-feira. A Oi já manifestou que pretende monetizar a participação na V.tal, mas não chegou a listar o processo como uma das suas prioridades para o ano de 2025.

Entre os principais desafios indicados pela operadora na conferência desta quinta estão:

  • a recuperação de receitas e aumento de rentabilidade na Oi Soluções;
  • a implementação das obrigações de manutenção da telefonia fixa em certas áreas;
  • a minimização do impacto do legado no Ebitda e fluxo de caixa;
  • a aceleração nas vendas de imóveis e recuperação de direitos creditórios;
  • e ações de otimização e busca de liquidez adicional.

A analistas, o comando da operadora também apontou avanços na extração de sua rede aérea de cobre, com expectativa de monetização do metal a partir da venda da "sucata" no mercado nacional e internacional.

Oi avança extração de cobre em rede aérea para monetizar 'sucata' em 2025

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui
Captcha verification failed!
CAPTCHA user score failed. Please contact us!