A associação de operadoras de telecom competitivas TelComp está à frente de dois projetos focados no enterramento de redes aéreas na cidade de São Paulo. As iniciativas visam modernizar a paisagem urbana, melhorar a qualidade dos serviços e aumentar a segurança para os cidadãos.
Um dos projetos, o do Corredor Amador Bueno, abrange 9,4 km em importante avenida da Zona Leste da cidade. Ele inclui a remoção de postes e cabos aéreos, além da requalificação urbana. O investimento foi de R$ 29,2 milhões, com previsão de conclusão em agosto de 2025. O custo por quilômetro, nesse caso, está na casa dos R$ 3,1 milhões, portanto.
Já o projeto do Cluster 4, na Bela Vista, cobre 8,3 km em uma das regiões mais emblemáticas da capital paulista e prevê o enterramento completo das redes de telecomunicações, eliminando postes e cabos aéreos. O investimento foi de R$ 34,9 milhões e conta com a participação de 11 empresas de telecom. A conclusão é estimada para dezembro de 2025. Nesse caso, o custo por km fica na casa de R$ 4,2 milhões.
Esta semana, em entrevista a este noticiário, o deputado Marcelo Crivella (Republicanos/RJ) criticou as operadoras de energia e telecomunicações por resistirem a uma legislação de enterramento de infraestrutura colocada nos postes em função dos custos. Segundo o parlamentar, a justificativa é de um custo estimado de R$ 1 milhão por km, o que ele considera excessivo. Mas como mostram os projetos piloto da Telcomp, os valores são ainda mais elevados.
Enterramento parcial
Os projetos da TelComp seguem práticas internacionais para infraestrutura urbana, afirma a entidade. No Brasil, diversas cidades já iniciaram o enterramento parcial das redes em áreas estratégicas, buscando diminuir riscos aos serviços e modernizar o ambiente urbano.
Após as obras, os custos de manutenção também são reduzidos, com infraestrutura mais durável; e a acessibilidade nas calçadas é aprimorada, beneficiando a mobilidade urbana. Também melhora-se a resiliência contra danos físicos, garantindo um serviço mais estável.
"Por meio de uma requalificação urbana seletiva, esses projetos de enterramento das redes de telecomunicações, ainda que de forma fragmentada, representam uma transformação urbana estratégica que vai muito além da estética", defende o gerente de projetos da TelComp, Felipe Aguiar.
"Ao eliminar postes e cabos aéreos, estamos criando espaços públicos mais seguros, acessíveis e funcionais, além de preservar o valor histórico e paisagístico de áreas importantes da cidade. Esta abordagem integrada se alinha perfeitamente aos objetivos de desenvolvimento sustentável, demonstrando como a modernização da infraestrutura pode melhorar significativamente a qualidade de vida urbana".