Durante a Mobile World Congress em Barcelona nesta semana, a tecnologia de comunicação por proximidade de campo (NFC) tem sido alardeada como a próxima grande onda na telefonia móvel. Com ela, é possível realizar transações por proximidade utilizando aparelhos celulares em cinemas, estações de metrô e uma variedade de outros serviços. E, segundo um levantamento da A.T. Kearney e da GSMA divulgado no evento, o NFC já não deverá ser coisa de futurologia, com projetos sendo colocados em prática.
De acordo com a pesquisa, um em cada quatro smartphones enviados ao varejo em 2012 já contava com a tecnologia. Foram 200 milhões de handsets equipados com NFC vendidos no mundo em 2012. Espera-se que mais 300 milhões sejam vendidos até o final do ano. No ano passado, já eram mais de quatro milhões de terminais de pontos de venda (POS) equipados com a tecnologia no mundo. E esse número deverá chegar a 43,4 milhões em 2017.
O estudo cita ainda um levantamento da Juniper Research divulgado em 2012 estimando que os pagamentos com NFC no mundo deveriam ultrapassar a barreira de US$ 180 bilhões em 2017. Para chegar a esse potencial, vários projetos já começaram, incluindo testes com das operadoras no Brasil. Na Europa, a Telecom Italia começou a fazer testes no centro de Milão com mil POS em lojas aceitando os pagamentos com a tecnologia.
A pesquisa diz ainda que países desenvolvidos têm um maior potencial para a tecnologia. Um em cada quatro usuários dos Estados Unidos e da Europa Ocidental deverão utilizar o telefone para realizar pagamentos via NFC até 2017, em contraste com menos de 2% em 2012. Não significa que as regiões menos desenvolvidas não poderão se beneficiar. A tecnologia pode ajudar na bancarização dos 48% de adultos do mundo que ainda não têm acesso a serviços financeiros básicos.
A GSMA espera por cooperação entre operadoras e varejo para colocar projetos de NFC em prática, já que a tecnologia provoca uma mudança no comportamento do consumidor que pode causar preocupações sobre o relacionamento com clientes. "Quanto mais a indústria móvel consegue trabalhar com varejistas para desenvolver soluções ganha-ganha na implementação do NFC como método de pagamento, mais comerciantes se disponibilizarão a fazer parcerias com operadoras para implementar essas novas tecnologias em uma escala mais abrangente", diz o trecho do estudo.
