Os consórcios estão percebendo aos poucos o tamanho do problema que eles mesmos ajudaram a criar: a imposição, no edital de licitação da banda B, da cobrança de 1% de juro ao mês sobre o valor das propostas depois que o edital completar um ano, no dia 7 de abril. Segundo especialistas ouvidos por TELETIME News, trata-se de uma exigência absurda mas que foi aceita pelos consórcios na ocasião do lançamento do edital, e agora fica difícil voltar atrás. "Vamos pagar 1% de juro ao mês, contado a partir de abril de 97, sobre nada. Juro é, segundo o código civil, remuneração do capital. Acontece que o governo não emprestou nada a ninguém, nem ninguém está devendo nada ao governo para que esses juros sejam cobrados", pondera uma fonte. O resultado da falta de atenção dos consórcios (que não imaginavam que o processo de licitação se estenderia por mais de um ano) será o reajuste de quase 20% em abril sobre o valor das propostas lacradas (correção monetária mais 12% de juros), mais 1% de juro a cada mês de espera pela abertura dos envelopes.