Os grupos Portugal Telecom (PT), Jereissati e Andrade Gutierrez negaram, em notas oficiais divulgadas neste domingo, 27, qualquer negociação no sentido de transferir à PT o controle da Oi, hoje detido pelos grupos La Fonte (Jereissati) e AG Telecom. A informação sobre as negociações foi noticiada pela Coluna Radar, da Revista Veja (que havia antecipado há uma semana a saída do CEO Francisco Valim).
Em nota conjunta, os dois controladores brasileiros informam que "à vista das notícias veiculadas pela imprensa, o Grupo Andrade Gutierrez e o Grupo Jereissati informam que não existem planos em curso objetivando a alienação de suas respectivas participações societárias na Oi. O interesse dos grupos Andrade Gutierrez e Jereissati é alavancar sinergias com a Portugal Telecom no âmbito da parceria estratégica e tecnológica assinada e divulgada em julho de 2010, bem como o de tratar e manter seus investimentos na Oi como investimentos a longo prazo". Já a Portugal Telecom, em nota separada, informa que "no âmbito da sua parceria estratégica e do acordo de cooperação anunciado em julho de 2010, a PT, a Oi S.A. e os acionistas controladores da Oi S.A. analisam regularmente propostas que possam contribuir para uma melhoria operacional e do modelo de governo da Oi, de forma a extrair sinergias adicionais, particularmente nas áreas de engenharia, rede, tecnologia, inovação e serviços. Contrariamente às recentes especulações dos jornais, não existem planos que contemplem a compra de controle ou a realização de uma oferta pela Oi por parte da PT".
Recorde-se que em julho de 2010, quando a Portugal Telecom tornou-se acionista da Oi e acionista da La Fonte e da AG Telecom, a operadora portuguesa pagou um adicional de R$ 540 milhões a cada um dos controladores da tele brasileira como garantia de que não haveria alienação do controle da Oi no prazo de cinco anos. No mercado, a interpretação é de que ali a PT estava assegurando o seu direito de preferência para a compra de controle da Oi no futuro.
Além disso, em 2008, quando o governo autorizou a fusão da Oi com a Brasil Telecom, foi exigido dos controladores brasileiros que a empresa não seria alienada a empresas estrangeiras. Não se sabe o prazo dessa garantia, mas especula-se que seria algo válido por cinco anos, o que terminaria em 2013. Na ocasião, o acordo de acionistas deu ao BNDES o poder de veto sobre eventuais mudanças de controle.