O número de acessos na quinta geração de redes móveis (5G) deve atingir a marca de 6,3 bilhões até o final de 2030, segundo estimativa da nova nova edição do Ericsson Mobility Report – publicado nesta terça-feira, 26. Esse número deve responder por cerca de 67% das conexões móveis globais.
Segundo o relatório, o 5G vai superar o 4G em número de assinantes já em 2027, antecipando previsões anteriores – que indicavam essa transição para 2028. Esse crescimento é atribuído à expansão acelerada em mercados como China, Índia e América do Norte – que são regiões que lideram a adoção da tecnologia nos dias de hoje.
As estimativas do Ericsson Mobility Report são ainda mais otimistas do que aquelas feitas pela GSMA no início deste ano, que previu 5,5 bilhões de conexões de quinta geração até o fim do mesmo período (sendo 56% delas no 5G).
América Latina
Na América Latina, o cenário é de crescimento moderado, mas ainda assim relevante. "A adesão às assinaturas 5G tem sido lenta devido às dificuldades macroeconômicas na região", afirma o estudo. Apesar disso, durante 2024, estima-se que o número de assinaturas 5G duplique, atingindo cerca de 63 milhões no final do ano.
Se a previsão estiver correta, isso significa que 61% de todos os acessos móveis na América Latina serão de 5G até 2030. Isso é maior do que os 58% esperados para a Europa Central e Oriental, mas ainda é inferior a cinco dos dez blocos econômicos analisados. A efeito de comparação, na América do Norte e na Europa Ocidental essa taxa ficará entre 91% e 92%, segundo a Ericsson.
Apesar de desafios econômicos, como inflação e dificuldades de financiamento, a migração para redes mais modernas tem sido impulsionada por avanços em leilões de espectro e pelo aumento da disponibilidade de dispositivos acessíveis.
Tráfego
Com o aumento de aplicativos baseados em inteligência artificial (IA) e realidade aumentada, a quantidade de dados trafegados nas redes de telecomunicações também vai crescer. Se em 2024 a média mensal de dados 5G é de 19 GB por usuário, em 2030 esse valor deve alcançar os 40 GB. Na América Latina, a Ericsson projeta que o consumo de dados por smartphone cresça de 13 GB mensais em 2024 para 34 GB até 2030.
Além disso, o relatório afirma que a banda larga sem fio (FWA) via redes 5G já representa 25% do tráfego global de dados móveis.
6G
Esta também foi a primeira vez que a Ericsson incluiu o 6G no gráfico do relatório que representa a projeção da base global de acessos móveis por geração de tecnologia móvel. A aposta da fabricante é de que as primeiras redes comerciais da sexta geração de telefonia celular comecem a ser implementadas em 2030.
Segundo o relatório, a nova tecnologia (cujas especificações ainda seguem sendo estudadas pela indústria) deve dar um pontapé no chamado "mundo ciberfísico". Ou seja, um ambiente cujas aplicações de realidade mista e interações diretas entre o usuário e o digital comecem a fazer parte do dia a dia das pessoas.