A liberação dos recursos do Fundo de Universalização dos Serviços de Telecomunicações (Fust) para investimentos em banda larga pode ser uma das saídas para os pequenos provedores terem acesso a recursos para ampliação de redes de transporte de acesso à Internet. A Anatel, por sua vez, fala em seguir o Plano Estrutural de Redes de Telecomunicações (PERT)
Para Rosauro Leandro Baretta, CEO da Eaí Telecom, que atua no Sul do país, os recursos do Fust serão fundamentais para os pequenos provedores realizarem suas ampliações de rede e incluir digitalmente as pessoas. Além disso, o executivo também defendeu que, junto com o acesso aos recursos do Fust, também seja pensado formas de barateamento de uso de postes para regiões rurais.
"Em regiões rurais, um bom tema para ser discutido é um preço diferenciado para os postes. Isso porque nessas regiões existem menos clientes, e ter esse insumo a um custo menor facilita para investimentos para atender esse público", disse Baretta nesta quinta-feira, 26, em evento online realizado pelo site Tele.Síntese.
Felipe Cansanção, CEO da Aloo Telecom, acredita que estes recursos poderão ser chaves para resolver a ampliação de redes de infraestrutura de acesso. "O Fust sem dúvidas será um grande apoio para investimentos para a ampliação da rede", disse o executivo.
PERT
O superintendente de planejamento e regulação da Anatel, Nilo Pasquali, assegurou que todas as ações de investimentos públicos em ampliação de infraestrutura, incluído o uso dos recursos do Fust recentemente liberados, seguirão o diagnóstico feito no PERT.
"Nós trabalhamos em um diagnóstico para saber onde havia infraestrutura de redes e isso ficou materializado no Pert, publicado em 2018 e atualizado em 2019. O PERT é um diagnóstico das redes existentes no Brasil. Ele serve para indicar onde a agência priorizará a implantação de infraestrutura de redes, para não sobrepor infraestruturas. A agência tem uma série de mecanismos que pode lançar mão para garantir investimentos nessas áreas onde há necessidade de rede. O leilão do 5G e os recursos do Fust são alguns deles", disse Pasquali.
"As outra forma são os TACs [termos de ajustamento de conduta] e o processo de adaptação das concessões. No leilão do 5G, por exemplo, vamos trocar o preço mínimo pelo espectro para compromissos de investimentos", disse o superintendente da Anatel. Há de se ressaltar, contudo, que a agência precisará atualizar o PERT com agilidade para refletir o rápido avanço dos provedores regionais.
William Taylor, Diretor Comercial ISP da Connectoway, reforçou que hoje os pequenos provedores aumentaram em 47% seus investimentos em soluções tecnológicas para core de rede. "Em números, tivemos um crescimento na ordem 47% no fornecimento de soluções para pequenos e médios provedores e eles detém 35% do mercado de banda larga no Brasil". Na avaliação de Taylor, facilidades para investimentos para este segmento seria uma das formas para ampliar o acesso no País.