Conselheiros não querem venda da Embratel para teles locais

A compra da Embratel pelas três concessionárias locais (Brasil Telecom, Telemar e Telefônica) não é vista com bons olhos pelos conselheiros da Anatel José Leite e Luiz Tito Cerasoli. Perguntado se, nas condições atuais do mercado, seria a favor da operação, o conselheiro Cerasoli disse: "Se fosse hoje, eu diria que não".
Pelas regras atuais, as concessionárias só podem ter 19,9% das ações da Embratel. O conselheiro José Leite afirmou também que em tese, cada uma das três operadoras poderia comprar 19,9% da concessionária de longa distância, desde que não exerçam controle sobre a empresa. "Essa é uma fórmula que não me agrada. Além disso, eu gostaria que a Embratel tivesse um controlador forte e não três empresas fortes que não podem deter o controle", ponderou o conselheiro.
José Leite explicou ainda que atualmente há dois impedimentos para que esta venda pudesse acontecer. O primeiro deles é que a Lei Geral de Telecomunicações, no artigo 202,determina que o controle de uma concessionária só pode ser transferido após cinco anos de sua venda, o que só acontece em julho de 2003. Ainda, o parágrafo primeiro do artigo 202 diz que uma concessionária só pode comprar outra concessionária se a Anatel entender que o Plano Geral de Outorgas foi cumprido. O segundo problema é exatamente o PGO, que diz que se uma concessionária comprar a outra ela tem que desistir da primeira outorga em até 18 meses. "A mudança no PGO deve ser feita por um decreto presidencial, se o governo, que em última instância é quem elabora a política do setor, entender que isso deve ser feito", completa José Leite.

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O conselheiro lembra ainda que esta não é a única solução para um possível problema financeiro ou até mesmo falência da Embratel. O governo poderia retomar a concessão ou até mesmo fazer outra licitação. No entanto, José Leite disse que a agência não está analisando nenhuma proposta de compra e venda da Embratel. "A Anatel está cumprindo seu papel de fiscalizar as empresas de telecomunicações para tentar antecipar qualquer possibilidade de descontinuidade do serviço", explicou o conselheiro.
José Leite esteve nesta terça, dia 26, no Ministério das Comunicações para tomar posse em seu segundo mandato como conselheiro da Anatel.

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