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5G vs. banda C: teles e TVs ainda longe de um entendimento

Um dos temas mais quentes do primeiro dia do Congresso Latinoamericano de Satélites, realizado nesta quinta, 26, no Rio de Janeiro, foi o futuro da banda C em função das necessidades de uso da faixa de 3,5 GHz para os serviços de 5G. Pela primeira vez a proposta das emissoras de TV foi confrontada com a proposta das operadoras de telecomunicações. A proposta dos radiodifusores coube a Roberto Primo, diretor de distribuição do Grupo Globo. A proposta, que foi formalizada pela Anatel no final de agosto pela Abert e pela Abratel, prevê a migração para a banda Ku dos sinais das emissoras de TV aberta que hoje ocupam a banda C, paralelamente à distribuição de kits de migração para a banda Ku para os usuários de banda C que também sejam beneficiários do Cadastro Único. “Não há dúvida de que o satélite continuará sendo essencial na distribuição da TV aberta no Brasil. Hoje a banda C é relevante porque é gratuita e acessível. (As TVROs) fazem hoje uma entrega superior à radiodifusão terrestre, porque o sinal está em todo o Brasil. Mas está claro pelos testes que a convivência do 5G na banda C é complicada”, diz Primo, que ressalta que esta opção também evita que no futuro, caso se use o restante da banda C para a banda larga móvel, seja necessário um novo processo de limpeza do espectro.

Antonio Ianelli, da Claro/StarOne, vai no caminho oposto. “O futuro da TV via satélite passa pela oferta multisserviços e por IP, mas a banda C permite uma continuidade na prestação do serviço e é a mais confiável para TV aberta. Precisamos utilizar as soluções mais otimizadas, e a nossa proposta é a instalação de filtros”, disse.

Vinícius Caram, superintendente de recursos à prestação da Anatel, responsável pela área de espectro da agência, diz que estes filtros não apareceram ainda. Mas Ianelli explica que eles existem, são fabricados pela Greatek, e foram desenvolvidos desde que se testou a convivência do WiMax com a faixa de 3,5 GHz. “Por alguma razão eles não entraram nos testes da Anatel, mas nos nossos testes realizados a partir do dia 10 de outubro isso vai ficar claro”. Caram diz que a Anatel pretende analisar os testes, mas ainda é preciso haver uma formalização do convite e uma decisão da agência sobre participar ou não e em que condições. Hoje, o entendimento da Anatel é que o caminho para a banda Ku seria o mais definitivo, mas Caram ressalta ser ainda necessário fazer as contas e confrontar os modelos antes de tomar uma decisão. Ainda há um longo caminho até a definição do modelo, mas Caram explica que se o caminho for pela banda Ku, o Ministério de Ciência e Tecnologia Comunicações e Inovação ainda precisará regular o mercado de broadcast em banda Ku. 

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A questão dos custos de migração também foi colocada, com o valor estimado pelos radiodifusores em R$ 2,9 bilhões versus o valor colocado pelas teles, de R$ 500 milhões. Mas depois de questionamentos mútuos sobre as metodologias de cálculo, ficou claro que caberá à Anatel analisar as contas e estimativas das duas partes para então decidir qual a melhor relação custo/benefício.

Antônio Carlos Martelletto, presidente da EAD, explicou como foi o processo de transição da TV analógica para a TV digital e a liberação da faixa de 700 MHz e apontou o imenso esforço logístico do processo para que se chegasse aos resultados de migração plena. Mas ele ressaltou que a EAD não foi constituída para fazer o processo de limpeza da banda C e que certamente não será a mesma entidade a administrar o novo processo, sem prejuízo de que o modelo possa ser aproveitado por uma nova entidade.

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