Ericsson investe na produção nacional de ERBs, mas rejeita femtocells

Aproveitando cerca de 50% da produção para exportação para Estados Unidos, África e América Latina, a Ericsson tem o objetivo de comercializar mais de 40 mil estações radiobase (ERBs) de todas as tecnologias em 2012, mas estima que pode fechar o ano estagnada. Isso porque, segundo o presidente da companhia no Brasil, Sérgio Quiroga, esse número é o mesmo que foi registrado em 2011. "Este ano está mais devagar, estamos sentindo o reflexo do PIB de 2,7%", reconheceu ele. Ainda assim, a companhia está empolgada com as possibilidades do mercado, celebrando a milésima ERB destinada ao LTE nesta quarta-feira, 26, em São José dos Campos (SP). Dessas, cerca de 300 ficaram no Brasil. Quiroga não quis comentar mais sobre contratos, mas deu a entender que há conversas com outras operadoras além da Claro, com quem já anunciou parceria.

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Ele considera que, com o LTE, haverá um aumento de 10% na fabricação dos equipamentos, que incluem peças e componentes que, anexados, adicionam a capacidade de lidar com a frequência 4G às ERBs que só funcionavam em 2G e 3G. Nos últimos quatro anos, a produção cresceu dez vezes ao se considerar todas as estações radiobase, passando de 4 mil em 2008 para as 40 mil unidades registradas em 2011.

Novos equipamentos estão na mira da Ericsson, como a AIR – sigla em inglês para rádio-antena interna. Preparada inclusive para 700 MHz, configurada na própria fábrica, trata-se de uma ERB de dimensões menores e que deverá ser fabricada no Brasil "em breve". Outro, o Mini-link SP, plataforma que agrega multi-acessos (fibra e microondas) desenvolvido pelos técnicos brasileiros da empresa ao custo de R$ 8 milhões, não passou pela homologação do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação por não atender à Portaria 950 que exige 50% de conteúdo nacional. O vice-presidente de estratégia e marketing da América Latina, Lourenço Pinto Coelho, manifestou grande desagrado com o fato. "A portaria é muito acadêmica, eles se baseiam demais em teoria. A medida só serve para empresas brasileiras", diz. "Tínhamos um projeto de R$ 80 milhões, mas não faz mais sentido, não adianta", diz, sem revelar qual seria o projeto. A Ericsson investiu R$ 10 milhões no Brasil em 2011 e mais de R$ 1 bilhão nos últimos 15 anos.

Femtocells

A Ericsson reafirmou a aposta em smallcells, mas rechaçou a utilização de femtocells, que considera perigoso por invadir o espectro licenciado, causando interferências. "Nos Estados Unidos, você compra femtocells no varejo, e eles estão tentando administrar isso. Hoje, não tem como as operadoras administrarem o que seria consumido aqui no Brasil", justificou Quiroga, lembrando do preço dos espectros pagos pelas teles. Ele defende a utilização de pico e microcells, que têm espectro coordenado com a macrocélula e não apresentam problemas de interferências.

Presente na ocasião, o ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, rebateu as declarações do presidente da Ericsson. "A operadora terá responsabilidade e a Anatel está considerando esse fator. Claro que não é possível beneficiar um e atrapalhar o resto", disse. Ele defende que um modelo com alternativas como micro e pico células, além das femtocells, poderá ajudar a melhorar o desempenho das redes, mas reconhece que não existe um modelo milagroso. Até o final do ano, diz ele, a questão das smallcells entrará em consulta pública e a previsão é que no começo de 2013 já esteja resolvida.

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