A Qualcomm considera prematuro dizer que existe pouco interesse pelo uso das faixas de 3,7-3,8 GHz para redes privativas, conforme preocupação manifestada esta semana pela Anatel. Para a empresa de tecnologia, que tem atuado proativamente para desenvolver o uso das redes 5G por empresas de diferentes setores, e não apenas de telecom, a regulamentação da Anatel é muito recente para que se possa tirar uma conclusão sobre a demanda por redes privativas baseadas em uso secundário do espectro de 3,7-3,8 GHz.
Segundo Francisco Soares, vice-presidente de assuntos institucionais e regulatórios da Qualcomm Latin America, as regras para uso da faixa foram aprovadas há pouco tempo (as regras foram aprovadas em junho deste ano), e a regulamentação tem algumas limitações que podem dificultar o uso para redes privativas. "Não faz sentido a regulamentação vedar completamente a interconexão com a rede pública. Qualquer rede privativa em algum momento precisa se conectar a outras redes, mas isso não poderá ser feito pelas empresas com a regulamentação atual", diz ele.
A possibilidade de interconexão das redes privativas com a rede pública sem passar pelas operadoras de telecomunicações está sendo discutida no processo de simplificação regulatória, mas enfrenta naturalmente a resistência das teles, que vêem aí a possibilidade de surgimento de operadoras concorrentes sem as mesmas obrigações impostas a elas.