Operadoras apostam em soluções digitais de pagamento e até microcrédito

O mercado financeiro tem se mostrado um importante filão de negócios para as operadoras de telecomunicações. A oferta de crédito e sistemas de pagamentos digitais por meio de aplicações crescem como serviços que não só atendem demandas de clientes não bancarizados, como também fortalecem a fidelidade dos usuários de telecomunicações.

A Claro espera, por meio de sua plataforma própria, centralizar uma série de serviços de crédito para a sua base de clientes de serviços de telecomunicações. "O Claro Pay é uma plataforma de serviços financeiros. Nela agregamos serviços de pagamentos, como o Pix e serviços de terceiros. Hoje, as operadoras têm a facilidade de ter uma boa relação com o cliente. E serviços como esse é o diferencial. E as operadoras podem se beneficiar disso", explica Maurício Santos, diretor de Soluções e Produtos Financeiros da Claro, no evento virtual Live Digital Money Meeting nesta quinta, 26.

Santos lembra que a operadora oferece incentivos para seus serviços próprios, o que significa formas de engajar o cliente no uso de suas aplicações, inclusive, as financeiras. "Precisamos criar formas de engajar o cliente. É fundamental que seu aplicativo seja usado todos os dias pelos clientes. E isso significa também que o aplicativo deve ter facilidade de uso, ser bem intuitivo e necessário", disse o executivo.

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A Vivo possui uma série de aplicações que se colocam como formas de atender ao cliente, como serviços de saúde, bem-estar, entretenimento, além das soluções digitais financeiras. Sandro Sinhorigno, diretor de soluções financeiras digitais da Vivo, destaca: "O Vivo Money permite o acesso ao empréstimo pessoal. É uma forma de disponibilizarmos crédito para nossos clientes. Já o Vivo Pay é a nossa forma digital de pagamentos. Os dois se apresentam como formas de inclusão financeira, especialmente para aqueles que são desbancarizados", explica do diretor da operadora.

"Hoje temos mais de 19 milhões de clientes acessando o app 'Meu Vivo'. E o cliente pré-pago é em geral o que não tem relações com hábitos bancários. Por meio dos hábitos [coleta de dados de comportamento], preservando as regras da LGPD, já temos informações de como esse cliente usa nossas aplicações. O que permite expandir nossos serviços financeiros para esses clientes", disse Sinhorigno.

Classes C e D

A Surf Telecom, possui uma outra estratégia. Tatiana Rodrigues, head de Soluções e Produtos Financeiros da operadora móvel virtual (MVNO), explica que a empresa atua na inclusão bancária das pessoas situadas nas classes C e D, que são as classes nas quais estão a maioria dos desbancarizados.

A MVNO fez uma parceria com as empresas de energia elétrica e oferece microcrédito de baixo valor para seus clientes, com cobrança na fatura de energia. "Quando falamos de inclusão digital, estamos falando de uma ação de disponibiliza também microcrédito, algo como um valor do auxilio emergencial. Eu ofereço esse microcrédito com a cobrança na fatura de energia. Começamos com esse produto, e estamos customizando esse produto para determinados parceiros. Por exemplo: financiar tratamento dentário", explicou a executiva.

Rodrigues disse ainda que isso é uma forma simples e fácil de cobrança para o cliente. "Hoje, eu preciso ser simples e preciso dar facilidade para o cliente. Nosso papel é dar o crédito e dar educação financeira para esse público. Atuamos muito indo em nichos menores, entendendo o comportamento dessas classes mais baixas, e oferecer produtos que atendam suas necessidades. Além desse micro crédito, temos o seguro par celular", apontou a executiva da Surf Telecom.

A representante da Surf Telecom destacou ainda que as iniciativas de microcrédito vêm crescendo ao longo do tempo e que com essa forma de pagamento na conta de energia, existe uma inadimplência bem controlada.

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