[Publicado no Mobile Time] A T-Mobile e a Sprint firmaram um acordo definitivo de fusão de suas operações nesta sexta-feira, 26, nos Estados Unidos. Com aval do Departamento de Justiça dos EUA e da FCC, órgão regulador das comunicações no país, a operadora fruto da união passa a se chamar New T-Mobile e tem um valor de mercado de US$ 43 bilhões.
O negócio não envolve apenas as duas companhias. Como condição para a fusão, as empresas se comprometeram a vender à Dish Network por US$ 5 bilhões o negócio pré-pago da Sprint (Boost e Virgin Mobile) e a licença da frequência de 800 MHz da T-Mobile, além da opção de adquirir locais de transmissão e lojas da nova operadora que forem desativadas. Atualmente 9,3 milhões de consumidores usam os serviços pré-pagos da Sprint.
Em contrapartida, a New T-Mobile dará acesso por sete anos e opção de troca de plano por três anos aos clientes wireless da Dish. E, em um "gesto de boa fé", T-Mobile e Sprint poderão comprar parte ou todo o espectro de 600 MHz da Dish.
Vale lembrar que a Dish é controlada pelo grupo Echostar, que recentemente abriu mão do direito de exploração de satélites outorgado para a exploração da posição orbital 45° Oeste no Brasil. O grupo Echostar, por sua vez, também controla a Hughes, que opera no mercado brasileiro.
FCC e executivos
Em nota divulgada nesta sexta-feira, o chairman da FCC, Ajit Pai, afirmou que T-Mobile e Sprint se comprometeram a uma série de questões para aprovar a operação, como incrementar a cobertura de rede móvel em áreas rurais e avançar na cobertura 5G nos Estados Unidos: "Por exemplo, as empresas se comprometeram a implantar uma rede 5G que cobrirá 97% da população do país em três anos – após a conclusão da fusão – e 99% dos americanos em seis anos. Essa rede 5G também alcançará áreas rurais profundas, com 85% dos americanos rurais cobertos em três anos e 90% em seis anos. Além disso, a T-Mobile e a Sprint garantiram que 90% dos americanos terão acesso ao serviço de banda larga móvel com velocidades de pelo menos 100 Mbps e 99% com velocidades de 50 Mbps".
Com a união dos negócios, o CEO da T-Mobile, John Legere, será o CEO da New T-Mobile. Em nota, ele ressaltou que as discussões prévias sobre sinergia, lucratividade e geração de receita a longo prazo não foram alteradas após a aprovação do acordo. Por sua vez, o presidente executivo da Sprint disse que o acordo permitirá que os EUA entrem fortes na competição do 5G, uma vez que a nova companhia busca construir uma das redes mais robustas com essa tecnologia, em uma "evolução similar à mudança da TV preto e branco para a TV colorida".
Pai deve apresentar um rascunho do seu parecer sobre a fusão e a venda dos ativos das duas operadoras à Dish nas próximas semanas. Por sua vez, T-Mobile e Sprint afirmam que esperam a aprovação da operação no terceiro trimestre de 2019 e planejam antecipar a fusão até o final do ano.
Promessas
Outras contrapartidas prometidas pela New T-Mobile são: investimento de US$ 40 bilhões eme três anos (montante focado no desenvolvimento do 5G), manutenção dos serviços de atendimento, oferta de planos (iguais ou melhores) para clientes das duas operadoras por um período de três anos, ter 9,5 milhões de casas com serviço wireless, criação de 33,7 mil novos empregos (diretos e indiretos) até 2023, além da abertura de 600 novas lojas (a maioria para pequenas cidades e regiões rurais).