A indústria brasileira deve exercer um papel de "early adopter" da tecnologia 5G assim que esta estiver disponível no Brasil. Na avaliação da TIM, o setor pode liderar a demanda por serviços corporativos de quinta geração antes mesmo que a opção se massifique entre usuários finais.
"Acredito que as primeiras aplicações 5G no Brasil serão para o B2B, principalmente na indústria, que demandará soluções escaláveis. Nos países onde ele tem sido lançado, essa tem sido uma demanda", afirmou o head de inovação e business development da TIM Brasil, Janílson Bezerra. Para tal, o executivo destacou casos de uso industrial na Itália, onde a controladora da TIM espera levar o 5G para 50 distritos industriais e 30 projetos de grandes empresas até o fim do ano. Lá, as primeiras experiências já estariam indicando ganhos de cunho operacional e logístico.
Outro grande demandante imediato no Brasil deve ser o setor elétrico, avalia o executivo. Bezerra lembra que as redes 3G e 4G já são amplamente utilizadas no controle das smart grids das elétricas, em cenário onde o upgrade da tecnologia para o 5G seria natural. "Além disso, falamos em ativar também os medidores [de consumo residenciais], o que já seria um nível a mais de controle de informação para a distribuidora".
Por último, o executivo destaca que a descentralização na geração de matrizes como a solar e a biomassa também devem beneficiar o 5G. "Com a revolução que é a autogeração, uma série de unidades [geradoras] vão precisar do controle não só de consumo, mas também da devolução do excedente para as redes de energia. Nesse contexto o 5G pode ser um grande habilitador". A TIM também vê a agricultura, portos, saúde e cidades inteligentes como grandes indutores de demanda 5G.
"Já no B2C (business-to-consumer) há um processo natural de desenvolvimento e chegada de smartphones, que devem ser vendidos com preço compatível aos de primeiras linhas tecnológicas", completou o head de inovação da TIM. Ainda assim, a avaliação é que uma vez experimentada pelo consumidor final, a tecnologia se massifique de forma célere. "Será como foi o 4G e como está sendo na Coreia do Sul", acredita Bezerra. Paralelamente, o serviço de banda larga em redes fixo-móveis (FWA) também deve ganhar força.
Nos próximos meses, a TIM deve completar testes 5G feitos ao lado de centros de pesquisa e desenvolvimento (P&D) em Minas Gerais e na Paraíba. Em maio, a empresa realizou uma demonstração pública da tecnologia em Santa Catarina ao lado da Fundação CERTI. Além disso, a operadora projeta dezenas de data centers edge (dentre os quais pelo menos 13 já estão ativos) para habilitar os serviços de quinta geração.