O Exército Brasileiro realizou, nesta terça-feira, 26, o "3º Workshop do Amazônia Conectada" para discutir a expansão do programa e fazer um balanço das ações. Um dos maiores projetos de fibra óptica desta natureza no mundo (envolvendo redes subaquáticas em rios de grandes dimensões e floresta), o programa completou um ano em julho com o primeiro trecho de 242,5 quilômetros concluído. A fibra interliga os municípios de Coari a Tefé via leito do rio Solimões.
A expectativa é que a infraestrutura de telecomunicações beneficie 144 mil pessoas nos dois municípios. Atualmente, a internet que chega às duas cidades é via satélite e tem custo elevado. E a rede de fibra óptica atende apenas Manaus.
O cabo subfluvial de 390 toneladas ligando os municípios faz parte da infovia do rio Solimões, uma das cinco que serão construídas pelo governo através dos leitos dos rios que cortam a Amazônia. Somente no Solimões, 15 municípios serão atendidos. Mas a meta do programa é mais ampla. Redes subfluviais ópticas serão estendidas por aproximadamente 7,8 mil quilômetros dos principais rios, alcançando 3,8 milhões de habitantes em 52 municípios.
Agora, a Rede Nacional de Ensino e Pesquisa (RNP) e Exército se preparam para a próxima etapa do programa, que prevê a instalação do cabo óptico subfluvial entre Manaus e Coari, interligando um trecho de 400 quilômetros.
No evento, o diretor-geral da RNP, Nelson Simões, ressaltou que a iniciativa de levar comunicação através de fibra óptica na região amazônica é "uma experiência mundial". "Essa ação vai servir de inspiração para muitos outros países. É um projeto que nós temos certeza que vai transformar a forma como nós fazemos a educação e a pesquisa na Amazônia hoje", afirmou.
Nesse sentido, o general-de-brigada Decílio de Medeiros Sales, chefe do Centro Integrado de Telemática do Exército (CITEx), reforçou que a iniciativa do governo brasileiro é pioneira. "A instalação de infovias em leitos de rios é algo inédito. Hoje, há cerca de 300 cabos transoceânicos semelhantes aos que estamos implantando nos rios da região amazônica. Nos oceanos, esses cabos são responsáveis por 90% dos dados que circulam ao redor do mundo", disse.