SES registra crescimento de 2% na receita no semestre

Com boa performance nas receitas, a operadora de satélites SES obteve um segundo trimestre positivo, de acordo com o balanço divulgado pela empresa nesta sexta-feira, 26. O crescimento foi impulsionado pelos negócios em mercados em desenvolvimento, como o Brasil, onde a companhia fez importante contrato com a Oi para operações em DTH com o lançamento recente do satélite SES-6.

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O resultado disso tudo é que a SES obteve no período uma melhora de 6,34% na receita, totalizando 469,7 milhões de euros no segundo trimestre de 2013. No consolidado do semestre, a receita da companhia cresceu 2,1%, totalizando 910,5 milhões de euros. Esse valor foi dividido em 778,3 milhões de euros para infraestrutura e 208,3 milhões de euros para serviços.

Apesar de ter registrado queda de 2,7% em comparação com o primeiro semestre de 2012, a região que mais contribuiu para as receitas da empresa foi a Europa, com 454,6 milhões de euros. A América do Norte teve crescimento de 5,6%, total de 203,1 milhões de euros. O resto do mundo, incluindo o Brasil e outros países em desenvolvimento, somou 252,8 milhões de euros, e compensou muito da queda geral da companhia com um crescimento de 8,9%.

Ainda assim, a operadora acabou gastando 13,17% mais com custos operacionais: 128,9 milhões de euros no trimestre. No consolidado dos seis primeiros meses do ano, entretanto, os custos caíram 9,6%, totalizando 248,5 milhões de euros.

O EBITDA (lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização) também cresceu, fechando o segundo trimestre em 340,8 milhões de euros, avanço de 3,97%. Considerando o semestre, a SES somou 662 milhões de euros, queda de 0,5% em relação à primeira metade de 2012. A margem EBITDA ficou em 72,7%, recuo de 1,9 ponto percentual. A margem elevada é típica de empresas de satélite, que fazem investimentos pesados pontualmente, quando um novo satélite é contratado e colocado em órbita, mas que geram receitas por muitos anos sem custos adicionais.

O lucro operacional da empresa ficou em 211,4 milhões de euros no trimestre, crescimento de 5,17%. Já na soma dos seis meses, a SES registrou 408,6 milhões de euros, queda de 0,7%. O lucro antes de impostos da empresa no semestre foi de 326,1 milhões de euros, recuo de 1,6%.

A operadora de satélites contou ainda com um fluxo de caixa líquido de 531,2 milhões de euros no primeiro semestre de 2013, recuo forte de 10,5% em relação ao mesmo período do ano anterior. Por outro lado, a dívida líquida cresceu 3,4% em relação ao registrado em dezembro de 2012, fechando junho com 4,122 bilhões de euros. A relação de dívida líquida e EBITDA ficou 3,07x, alta de 3,7%.

Avanço nos mercados emergentes

Em nota, o presidente e CEO da SES, Romain Bausch, comentou que, "apesar do switch-off analógico da Alemanha em abril de 2012 limitar a comparação com o período do ano anterior, a base de crescimento foi acelerada". O executivo destacou o lançamento do satélite SES-6, que entrou em órbita (posição 40,5ºW) no começo de junho e tem toda a capacidade de banda Ku contratada pela Oi para o Brasil, com 28 transponders. Segundo Bausch, isso faz parte de uma extensa lista de acordos com operadores de DTH e mostram o comprometimento da empresa com o crescimento em mercados emergentes. Incluindo as operações brasileiras, a receita nessas regiões cresceu 9,3% no semestre, de acordo com o CEO. Ele também destacou o primeiro dos quatro artefatos da constelação O3b Networks colocado em órbita. "A SES agora entra em um período no qual as despesas de capital vão reduzir significativamente, mesmo que estejamos perseguindo crescimento adicional de investimentos. Isso, junto com o crescimento da receita e do EBITDA, vai entregar um forte crescimento em fluxo livre de caixa, que poderá ser aplicado a futuros investimentos e aquisições e/ou ser retornado para acionistas", declara.

Bausch destaca ainda o lançamento dos próximos quatro satélites em setembro, permitindo operações comerciais a partir do final do ano. A SES ainda tem mais três artefatos com lançamento programado para 2013 que deverão contribuir para crescimento de receita nos mercados emergentes. Por conta disso, o guidance para as receitas e o EBITDA variam de 4% a 5%. Embora a maior parte do guidance permaneça igual, o executivo diz que "as datas de lançamento desses satélites agora serão depois do que o previsto", o que deverá trazer um impacto na receita de 18 milhões de euros para 2013.

Em junho, Romain Bausch anunciou que irá renunciar do cargo em abril de 2014. Ele será sucedido por Karim Michel Sabbagh, que já é membro do board de diretores da SES e integrante do comitê de risco da companhia desde abril de 2011. Sabbagh já será preparado para a transição em setembro deste ano, quando assume como CEO designado.

Lançamentos

A SES ajustou o calendário de lançamentos para o segundo semestre do ano. O Astra 2E, que ficará na posição orbital 28.2ºE e seria lançado em julho, ficou para uma data ainda a ser definida, provavelmente em setembro de 2013, devido à falha no foguete Proton. Já o Falcon 9, que iria levar o SES-8 à posição orbital 95ºE em agosto, teve o lançamento remarcado para outubro. Finalmente, o satélite Astra 5B, que atenderá à Europa na órbita 31.5ºE, deverá ser lançado pelo foguete Ariane em dezembro de 2013.

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