A oferta pública de aquisição de ações (OPA) da Embratel formulada pela Telmex e o conseqüente fechamento de capital da concessionária ainda geram dúvidas no mercado. A principal delas diz respeito à legalidade da operação. Uma cláusula no edital de privatização do sistema Telebrás proíbe o fechamento de capital das concessionárias do setor, mas há pareceres jurídicos com interpretações conflitantes a respeito do tema. Por via das dúvidas, a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) condicionou a autorização à aprovação da Anatel, que analisa o caso. ?Quem deveria ser ouvido é o Ministério das Comunicações e o BNDES, que formularam o edital de privatização?, sugere um analista.
A CVM ofereceu também uma outra opção à Telmex: fazer uma oferta voluntária para a compra das ações e não fechar capital. Assim, não haveria necessidade de autorização da Anatel. O grupo mexicano publicou fato relevante na última segunda-feira, 24, informando que continua interessado em adquirir as ações e que nos próximos dias tomará uma decisão a respeito da sugestão da CVM.
No edital enviado ao mercado em maio, a Embratel propôs um preço de R$ 6,95 por lote de 1 mil ações, tanto ordinárias quanto preferenciais. Esse valor está 35% e 30% acima da média ponderada do preço das ações ordinárias e preferenciais, respectivamente, nos 30 dias que antecederam a divulgação do edital. Há casos esse valor está abaixo do ?preço justo? calculado por algumas corretoras. Mesmo assim, a expectativa é de que a maioria dos investidores prefira se desfazer dos papéis, evitando dor de cabeça e brigas judiciais, avaliam analistas ouvidos por TELETIME News.
Balanço
Os resultados da Embratel no segundo trimestre divulgados nesta quarta-feira, 26, ficaram dentro do esperado pelo mercado, informam relatórios enviados pelo banco Brascan e pela corretora Ativa. A Embratel registrou lucro líquido de R$ 131,5 milhões no segundo trimestre, apresentando bom desempenho especialmente nos segmentos de comunicação de dados e de telefonia local. O relatório da Ativa, assinado por Guilherme Marins, destaca a redução de 6,1% para 5,2% na relação entre PDD (provisão para devedores duvidosos) e a receita líquida da empresa, na comparação com o segundo trimestre de 2005.