A operadora japonesa SoftBank anunciou nesta quarta-feira, 26, que pretende lançar, em 2026, um serviço de telecomunicações móveis por meio de plataformas estratosféricas conhecidas como HAPS (high altitude platform stations).
O anúncio foi feito após a companhia firmar uma parceria com a startup norte-americana Sceye, especializada em veículos do tipo mais leve que o ar (LTA). A SoftBank também realizou um investimento de US$ 15 milhões na empresa e assinou um acordo de exclusividade para uso da tecnologia no Japão.
A proposta envolve o uso de dirigíveis que operam a cerca de 20 km de altitude, atuando como estações rádio base no céu para ampliar a cobertura de conectividade no Japão.
HAPS
Segundo a companhia, os serviços HAPS poderão fornecer cobertura em áreas de difícil acesso, como regiões montanhosas e ilhas remotas, além de servir como infraestrutura de emergência em situações de desastres naturais.
"As telecomunicações de ampla cobertura baseadas na estratosfera com as HAPS terão papel fundamental na expansão da rede para áreas que são difíceis de alcançar com a infraestrutura de rede móvel existente", disse o presidente e CEO da SoftBank, Junichi Miyakawa.
Em comunicado, a empresa destacou que o objetivo de longo prazo é criar uma infraestrutura de telecomunicações com "arquitetura 3D", que permita oferecer conectividade não apenas no solo, mas também para drones e veículos aéreos não tripulados.
"À medida que avançamos para a era 6G, as HAPS serão infraestrutura-chave para apoiar a sociedade", completou Miyakawa.
Tecnologia
A tecnologia da Sceye usa hélio para manter os dirigíveis no ar "por longos períodos". A empresa já realizou mais de 20 voos de teste e atua em parceria com governos estaduais dos Estados Unidos, além de empresas privadas. A ideia é fornecer conectividade a regiões carentes, possibilitar detecção de desastres climáticos em tempo real e apoiar monitoramento ambiental avançado.
Além dos testes com a plataforma da Sceye, a SoftBank também mantém um programa próprio para desenvolvimento de aeronaves do tipo mais pesado que o ar (HTA). A companhia afirmou ainda que vai continuar investindo no desenvolvimento dessas soluções como parte da construção de uma infraestrutura de comunicação mais resiliente e sustentável.