A fornecedora de equipamentos Intelbras avalia que o mercado de banda larga fixa sem fio (FWA) 5G ainda está abaixo das expectativas no Brasil, em cenário que pode começar a mudar no segundo semestre a partir de grandes projetos da tecnologia – sobretudo o desenvolvido pela Brisanet.
A empresa catarinense será uma das fornecedoras de equipamentos 5G para casa do cliente (CPEs) junto à operadora cearense, que prepara para julho o lançamento de rede FWA no Nordeste. No Encontro Nacional da Abrint – quando a Intelbras fechou uma grande venda dos roteadores para a regional -, expectativas de mercado após o negócio foram compartilhadas com TELETIME.
"Somos talvez o único fornecedor [de CPEs] homologado em todos os players do mercado 5G, nas grandes ou nas novas operadoras, mas temos grande expectativa com o negócio da Brisanet e ele é importante porque vai dar o tom do FWA 5G no Brasil", indicou o diretor da unidade de redes da Intelbras, Amílcar Scheffer.
Até o momento, a empresa reporta ter vendido algumas milhares de unidades para Vivo, Claro, TIM ou Unifique, mas de forma menos agressiva do que gostaria. "O mercado está abaixo da nossa expectativa, pois a gente esperava nesse momento um outro patamar", reconheceu Scheffer.
Ainda assim, há otimismo que novos projetos possam demonstrar a viabilidade da tecnologia e encorajar novos investimentos. A Brisanet tem projeto ambicioso (e subsidiado pelo Fust) que envolve a cobertura de toda a grande Fortaleza, mas outras empresas também traçam suas estratégias para a banda larga fixa 5G.
Operadoras traçam diferentes estratégias para impulsionar FWA
Hoje, a depender das configurações, operadoras já são capazes de adquirir CPEs de FWA 5G a partir de US$ 120 por equipamentos, indica a Intelbras. "Mas o operador quer abaixo de US$ 100, e estamos trabalhando para lançar isso em breve junto à Qualcomm – quem sabe até o final do ano", afirma Scheffer. Uma das opções para baratear o produto é o 5G RedCap, ou 5G de Capacidade Reduzida.
Em paralelo, a Intelbras tem outras apostas para o segmento de ISPs e projeta cenário positivo para a vertical de redes em 2024. Um dos impulsos virá da aliança para fabricação e comercialização de equipamentos da FiberHome, dando à fornecedora brasileira capacidade de atuar de forma fim a fim junto a provedores.
A Intelbras está vendendo desde o início do ano equipamentos da parceira e vê negócios em aceleração. A empresa também está produzindo ONTs da FiberHome em sua fábrica de eletrônicos em São José (SC), ao passo que fábrica de cabos em Tubarão (SC) já iniciou a produção de cabos drop.